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16/10/2025 - 10h44

Apenas 49% dos RHs consideram a área de fato estratégica para as empresas

Apesar disso, aponta a pesquisa, 75% observam ganho de relevância nos últimos três anos

 

 

Realizado pela Think Work em parceria com o iFood Benefícios, o estudo Raio X do RH aponta o crescimento da importância do RH nas empresas, mas também a necessidade de evolução em dados e bem-estar profissional. A pesquisa, que ouviu 270 profissionais da área, representando empresas de 30 setores da economia brasileira, indicou que a área está em trajetória ascendente: 75% dos entrevistados observaram ganho de relevância da área nos últimos três anos. Contudo, o reconhecimento estratégico ainda não acompanha essa expansão: apenas 49% consideram o RH uma área verdadeiramente estratégica, com entregas compatíveis às expectativas organizacionais.

 

No âmbito das ambições e resultados, os números revelam uma desconexão: enquanto 14% das empresas esperavam superar suas metas de RH em 2024, 33% não as atingiram mesmo onde a área foi avaliada como satisfatória. Nas organizações onde o RH não é valorizado, esse percentual cai para apenas 6%.

 

A dependência de dados para tomada de decisão ainda é incipiente: somente 13% das empresas baseiam suas decisões de RH em dados, e apenas 34% realizam ações básicas de inovação.

 

"O estudo aponta que, para consolidar sua posição estratégica, o RH brasileiro precisa focar em três frentes principais: maior utilização de dados para tomada de decisão, protagonizar a cultura e implementação de inovações e cuidado especial com o bem-estar de seus próprios profissionais. São iniciativas que devem ser trabalhadas nos próximos anos e que podem aprimorar não só a percepção, mas também a efetividade da área como estratégica dentro das organizações", explica Natalia Ubilla, diretora de RH e People do iFood Benefícios.

 

Um ponto de atenção do estudo diz respeito ao bem-estar dos próprios profissionais de RH, já que apenas 30% estão satisfeitos com seu nível de estresse, enquanto quase metade relatam alto índice de estresse (46%), ansiedade (40%) e cansaço (49%). Para 24% dos participantes, a ansiedade diária é considerada preocupante.

 

A pesquisa também revelou diferenças significativas na estrutura da gestão de pessoas conforme o tamanho das organizações. "Vimos que, em empresas pequenas, cada profissional de RH atende nove colaboradores, enquanto em grandes corporações esse número ultrapassa 50 colaboradores por profissional", contextualiza a diretora.

 

O estudo fornece ainda um retrato detalhado dos CHROs brasileiros: 77% são mulheres, 66% são brancos, com a maioria concentrada na faixa etária de 35 a 45 anos (45%). Cerca de 57% desses líderes vieram do mercado, ou seja, buscando por novas perspectivas e experiências.

 

 

Foto: Shutterstock