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07/03/2025 - 18h29

47% das mulheres conhecem alguém que foi demitida ou teve seu cargo afetado após a licença-maternidade

Essa é uma das constatações de uma pesquisa da Pluxee, confirmando que o 8 de março tem que ir além da data

 

 

O Dia Internacional da Mulher marca um momento de reflexão sobre as conquistas sociais, econômicas e políticas das mulheres. É, também, uma data importante para dar visibilidade às questões que ainda impactam a vida de milhões de mulheres ao redor do mundo, principalmente aos desafios na busca por igualdade de direitos e oportunidades no mercado de trabalho. Um estudo realizado pela empresa de benefícios Pluxee, realizado com mais de 2 mil mulheres brasileiras, reforça os obstáculos a serem superados.

 

De acordo com o levantamento, a sobrecarga de tarefas domésticas e o assédio moral ou sexual, ambos com 28%, são os problemas mais frequentes enfrentados por mulheres no ambiente corporativo. A diferença salarial (26%) e a dificuldade de promoção por ser mulher (25%) completam a lista das principais dificuldades. E, alarmantemente, 60% das mulheres que sofreram esses tipos de discriminação não se sentiram amparadas pela empresa ou por colegas. Além disso, quase metade das entrevistadas (44%) relatou já ter sido tratada de forma desigual em relação aos funcionários homens.

 

Desafios da maternidade na carreira profissional

A pesquisa também tratou dos desafios da maternidade. Quase metade das participantes (47%) conhece alguém que foi demitida ou teve seu cargo afetado após a licença-maternidade ou parental e 42% acreditam que essas licenças podem prejudicar a carreira de uma mulher.

 

Impacto na saúde mental e produtividade

As dificuldades têm consequências significativas para a saúde mental e emocional: 36% das entrevistadas sofrem impactos frequentemente e 45% os sentem ocasionalmente. Em relação ao nível do impacto na produtividade e no desempenho, 23% o avaliam como muito alto. Diante disso, 61% das mulheres já consideraram mudar de área ou deixar o mercado de trabalho.

 

Políticas de igualdade

Embora 55% das entrevistadas afirmarem que suas empresas possuem políticas eficazes para promover a igualdade de gênero, 34% apontam que as organizações em que trabalham não oferecem benefícios específicos para mulheres, como apoio à saúde mental e reprodutiva.

 

Ainda, 62% afirmam que a empresa não conta com políticas que favoreçam a conciliação entre vida pessoal e profissional, como home office ou horários flexíveis. Para mudar esse cenário, 68% acreditam que investir em políticas de igualdade de gênero e benefícios específicos para mulheres é essencial para reter talentos femininos.

 

Com expectativa de um cenário melhor num futuro próximo, as entrevistadas sugerem que políticas de igualdade salarial (60%), maior transparência nos critérios de promoção e combate ao assédio (47%), flexibilidade de horário (45%) e programas de mentoria para mulheres (39%) são ações consideráveis. Treinamentos para reduzir o preconceito de gênero (38%) e políticas de licença-maternidade mais inclusivas (33%) também foram apontadas como medidas importantes.

 

Para Fabiana Galetol, diretora executiva de Pessoas e Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee, a pesquisa reforça a urgência de ações para a igualdade de gênero no trabalho. "Empresas e líderes precisam investir em políticas eficazes de combate à discriminação, assédio e desigualdade salarial, além de oferecer suporte à saúde mental e flexibilidade para as mulheres", afirma.

 

Ela prossegue: “A presença feminina em cargos de liderança e a criação de um ambiente de trabalho inclusivo e equitativo são essenciais para uma sociedade mais justa e próspera.” Entretanto, de acordo com  a pesquisa, para 76% das mulheres brasileiras, alcançar esses cargos é mais difícil do que para os homens.

 

 

 

Foto: Shutterstock