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Gestão de Pessoas

29/07/2025 - 19h56

Fintech aposta no intercâmbio de talentos para fortalecer diversidade e colaboração

SumUp dá espaço para seus profissionais trabalharem nos 36 mercados em que atua

 

 

Empresa global de tecnologia e soluções financeiras, a SumUp opera em 36 mercados e aposta no multiculturalismo para a construção de um ambiente colaborativo e diverso. Para tanto, a fintech incentiva seus profissionais do Brasil a atuarem em outros países. E essa dinâmica é de mão dupla: a operação local da companhia também recebe profissionais estrangeiros.

 

"Para nós, a diversidade de culturas e nacionalidades é uma necessidade estratégica. É a partir dessa mescla rica de experiências e pontos de vista que somos impulsionados a ser uma empresa mais ágil e adaptável às demandas de um mercado global. Essa sinergia nos permite inovar com mais profundidade, conectar-nos de forma mais autêntica com nossos colaboradores e, fundamentalmente, impulsionar o crescimento de cada um de nossos talentos, tornando-os profissionais ainda mais completos", explica Mariana Pimenta, head de People para o Brasil.

 

E a empresa traz diversos exemplos de profissionais que saíram do país em busca de novas experiências. Uma delas é Raquel Velloso, diretora de operações nos Estados Unidos. Ela fica baseada em Boulder, Colorado, onde lidera as áreas de Suporte ao Cliente e Logística. Sua trajetória na SumUpcomeçou em 2019, no Brasil, atuando nesses mesmos setores. Durante uma visita à sede americana, se encantou com Boulder. Quando engravidou, em 2023, a ideia de criar o filho em um ambiente com natureza exuberante, boa infraestrutura e mais tranquilidade foi determinante para sua mudança definitiva. O fato de já fazer parte da companhia, claro, facilitou a transição para a operação americana.

 

"A cultura da SumUp se mantém ao redor do mundo. É claro que há variações, pois os produtos mudam de mercado para mercado, mas tudo que aprendi no Brasil me preparou melhor para esse novo contexto", afirma a profissional.

 

O conhecimento prévio da empresa, além do networking construído ao longo dos anos, permitiu que ela contribuísse com melhorias e se integrasse com mais agilidade ao time local. Entre as diferenças culturais, Raquel destaca a comunicação direta dos americanos. "Sempre fui muito direta. Aqui, isso foi um ponto a meu favor", diz. Ao mesmo tempo, ela faz questão de trazer para o ambiente de trabalho um traço brasileiro: a proximidade entre colegas. "Nós, brasileiros, tendemos a criar laços pessoais mais fortes. Essa conexão gera vulnerabilidade e relações mais significativas, o que acaba refletindo positivamente na qualidade do trabalho."

 

De acordo com a executiva, a presença global é vantajosa em vários aspectos. "O intercâmbio de informações entre os 36 mercados em que a fintech atua é um diferencial competitivo que nos permite criar soluções financeiras valiosas para clientes do mundo todo", diz.

 

Outro talento exportado é Evelyn Bueno, global regulatory counsel em Londres, onde atua junto a associações, legisladores e órgãos reguladores do setor financeiro nos diversos países em que a fintech opera. Ela ingressou na SumUp em 2019, como diretora jurídica no Brasil, onde já mantinha contato próximo com reguladores locais. Em 2023, surgiu a oportunidade de expandir esse trabalho em escala internacional. "Sempre sonhei em morar fora, mas isso parecia inviável no passado, principalmente pelos custos envolvidos. Quando a chance de me realocar para Londres apareceu, agarrei com força", conta.

 

No ambiente de trabalho britânico, Evelyn notou diferenças marcantes. "Aqui, os profissionais são mais reservados quanto à vida pessoal. Isso pode dificultar a criação de vínculos de confiança que ajudam no dia a dia, por outro lado, há um respeito maior à privacidade – ninguém se envolve em detalhes da sua vida."

 

Ela também aponta a menor espontaneidade como um traço cultural local. "Com apenas alguns meses de sol por ano, os britânicos se programam com muita antecedência, inclusive para o lazer. Isso se estende às relações pessoais: às vezes é preciso marcar um encontro com meses de antecedência. No Brasil, somos mais flexíveis e acostumados com o improviso", conclui.

 

Especialista de CRM em Berlim, Alemanha, Caroline Navarro Pires é responsável por gerenciar o relacionamento entre a empresa e seus clientes. Uma das razões que a levaram a se juntar à SumUp Brasil, em 2020, foi justamente a possibilidade de trabalhar em outros países. "Sempre tive vontade de morar na Europa. Quando vi que a SumUp era uma empresa global e que outras pessoas já tinham feito esse movimento, percebi que era um lugar onde isso podia virar realidade", conta.

 

Segundo ela, a SumUp apoiou sua mudança oferecendo auxílio para a realocação, incluindo auxílio com moradia, documentação e consultoria para o processo de visto. Na Europa, Caroline descobriu o que é trabalhar com um time de fato multicultural – não havia nenhum alemão em sua equipe. "Aprendo muito com pessoas que têm origens muito diferentes da minha. Aprofundei meu conhecimento não só sobre CRM, mas sobre o mundo", afirma.

 

Entre os contrastes que mais chamaram sua atenção, ela destaca o ritmo dos processos na Europa. "Vejo que projetos levam mais tempo para serem lançados aqui do que no Brasil. Por outro lado, o modelo traz mais organização e clareza quanto ao que é prioritário e ao que não é."

 

Outro ponto marcante da cultura europeia é o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. "Aqui, as pessoas realmente se desconectam ao fim do expediente e separam melhor o horário de trabalho do momento de descanso, algo que é menos comum no Brasil. Esse equilíbrio me permitiu cuidar de mim e da minha saúde mental", finaliza.

 

DE LÁ PARA CÁ

A SumUp também recebe profissionais estrangeiros em sua operação local. Um deles é o francês Bruno Emsellem, vice-presidente de Engenharia no Brasil. Ele decidiu viver fora da França e sair da zona de conforto. "Já trabalhei em startups, fui CTO, fundei negócios, quebrei algumas vezes. Mas ainda não tinha tido a experiência de morar fora", conta o executivo, que ingressou na SumUp em 2021, após a incorporação da Tiller, empresa em que atuava.

 

O Brasil não estava no topo da sua lista de lugares para se mudar, entretanto, a empresa buscava alguém experiente para liderar o time de Engenharia no país, e ele resolveu encarar o desafio. E se encantou com a diversidade brasileira. "O país tem uma variedade incrível de pessoas, paisagens e culturas. Essa mistura é rica e valiosa", diz. A gastronomia também o surpreendeu: "É muito mais diversa do que eu imaginava."

 

No ambiente de trabalho, Bruno percebeu diferenças culturais significativas entre o Brasil e a Europa. "Aqui, as decisões tendem a ser mais emocionais e demoradas. Existe uma preferência por evitar confrontos diretos, o que muda bastante a dinâmica das discussões." Para se adaptar, ele diz ter desenvolvido mais empatia e adotado uma comunicação mais cuidadosa. E ressalta que o mercado brasileiro é muito dinâmico e inovador. "Fiquei surpreso ao ver um ambulante vendendo pulseiras na praia aceitando pagamentos em Pix. Na Europa, eles prefeririam receber em dinheiro." Bruno também valoriza o ambiente diverso da fintech. "Acredito que a SumUp no Brasil cria espaço para as pessoas serem quem realmente são, e isso é raro."

 

 

Fotos: Divulgação/SumUp