
14/10/2025 - 20h39
Qual a idade ideal para ser um CEO?
A imagem que nos vem à mente precisa ser revista, diz headhunter
Por Thiago Gaudencio*
Se te perguntassem qual a idade ou perfil ideal de um CEO, atualmente, o que você diria? A figura de um homem, na faixa de seus 50 anos, com pós-graduação e passagem por grandes corporações, não representa mais o padrão desses executivos, diante de tantas mudanças e avanços que o mercado global vem sofrendo nos últimos anos. Não podemos mais nos basear em questões etárias ou rígidas para determinar “quem está apto a se tornar um CEO”, mas sim em outras competências que são bem mais estratégicas para essa posição.
Hoje em dia, não é mais possível associar esse executivo como fundador da empresa. Ele pode ser um sócio, um parceiro, ou um profissional que ascendeu na organização devido à sua conexão e esforços dedicados ao longo de sua carreira. E o que influencia a conquista desse cargo na prática? Um conjunto que envolve sua capacidade de liderança, maturidade profissional e comunicação clara e objetiva – todos, essenciais para quem irá exercer essa responsabilidade.
Se aprofundando em cada um desses aspectos, todos compreendem que o CEO precisa ser um líder nato. Inspirar e engajar as equipes, elevando sua produtividade e desempenho nos processos internos rumo a um crescimento corporativo cada vez mais próspero e sustentável. Até porque, segundo a 26ª Pesquisa Global Anual de CEOs da PwC, 40% deles acreditam que suas empresas deixarão de ser lucrativas nos próximos 10 anos se continuarem no caminho atual, algo que exige uma capacidade de reinvenção e motivação nas equipes na busca constante por melhores oportunidades.
Quanto à sua maturidade, temos que associá-la a um certo tempo de experiência no mercado, em talentos que já tenham vivido e lidado com muitos cenários e momentos de crises, instabilidades e eventos externos que impactaram, de alguma forma, as operações. São esses desafios constantes, por mais difíceis que sejam, que tornam um profissional cada vez mais maduro e resiliente para gerenciar, da melhor maneira possível, esses eventos – uma característica indispensável de um bom CEO.
Afinal, é a partir disso que se cria experiência, tornando-se pessoas mais fortes, preparadas, e capacitadas para identificar como maximizar essa jornada com sucesso. Além, é claro, de também saber quando for o momento de oxigenar suas carreiras e passar o bastão para outro executivo, evitando um olhar viciado internamente que barre uma possível abertura a novas estratégias e tendências que alavanquem o poder competitivo.
Por último, uma comunicação assertiva faz toda a diferença para o sucesso de qualquer vaga ou posição, ainda mais quando falamos dos C-levels e sua influência no engajamento e produtividade das equipes. É a partir disso que geram confiança na relação com os outros, através da clareza em suas palavras, tom de voz, e a forma pela qual constrói sua linha de raciocínio, para que todos compreendam a mensagem passada e se sintam confortáveis em comunicar tudo o que sentem ou desejam, visando os melhores resultados possíveis.
É dever indispensável do CEO ser estratégico em suas decisões, tendo o background necessário para liderar o negócio e seus times nos melhores caminhos que atinjam as metas esperadas. Por isso, não cabe mais a esse executivo ficar sentado atrás da mesa dando ordens, devendo se integrar, de forma bastante aprofundada, ao dia a dia das operações. Respirar a rotina do chão de fábrica, de forma que conheça todas as esferas do negócio, o que será determinante para que tome decisões ainda mais inteligentes que alavanquem esse desempenho.
Todos os pontos destacados evidenciam que não podemos limitar essa posição a uma questão etária. Afinal, muito além da idade em si, é a somatória de seu potencial de liderança, maturidade e comunicação que influenciarão, muito mais, o êxito no cumprimento das exigências e responsabilidades dessa cadeira. É sobre estar aberto a aprender sempre, para que o CEO esteja cada vez mais preparado para comandar a empresa rumo a um futuro cada vez mais próspero.
*Thiago Gaudencio é headhunter e sócio da Wide Executive Search
Foto: Divulgação/Wide