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Liderança

20/01/2023 - 12h10

Liderança empática: um catalisador para o sucesso

Ter empatia e solidariedade não é ser fraco, bonzinho ou mole demais, afirma Maribel Diz, executiva de RH da Visa

 

 

Por Maribel Diz*

 

 

Ao longo de meus muitos anos de experiência na área de Recursos Humanos, sempre fui fascinada pelo tema da liderança e o que possibilita que líderes formem equipes de alto desempenho e alcancem níveis extraordinários de motivação, comprometimento e sucesso.

 

No mundo corporativo de hoje, um líder forte deve ter muitas qualidades e habilidades, mas acredito especialmente na importância da empatia e da bondade humana na liderança. Na verdade, a empatia sempre foi considerada uma habilidade crítica para os líderes, mas vem ganhando ainda mais relevância por conta das muitas mudanças por que passamos em várias áreas da vida -- especialmente nos últimos dois anos.

 

A verdade é que liderar com empatia e solidariedade – ou “liderar com o coração”, como gosto de dizer -- não significa ser fraco ou excessivamente bonzinho ou mole demais. Pelo contrário, ser um líder forte e orientado para resultados e ter esse toque humano não são coisas mutuamente exclusivas. Na verdade, um grande líder consegue equilibrar esses dois aspectos de forma saudável, o que tem um efeito impressionante na equipe.

 

Liderar com empatia significa criar uma conexão genuína e significativa com a equipe. É interessar-se e preocupar-se sinceramente pela vida e as circunstâncias de nossos colaboradores, fazendo com que se sintam valorizados, apoiados e ouvidos.

 

Um líder pode demonstrar empatia por suas equipes de várias formas, mas há gestos que considero essenciais para demonstrar aos nossos colaboradores o quanto os apreciamos.

 

Se existe um bom ponto de partida, eu diria que é demonstrar interesse com frequência e sinceridade perguntando: Como você está? Como vai sua família? Como foi o final de semana? Esses são só três exemplos de perguntas pessoais simples que podemos fazer para construir uma relação com nossos colaboradores. Elas não tomam muito tempo e têm um efeito muito positivo.
 

Outro gesto importante é reconhecer os sucessos dos nossos colaboradores, dando-lhes o destaque e a exposição que merecem. Por exemplo, antes de começarmos uma apresentação, podemos fazer uma saudação especial reconhecendo e mencionando os profissionais que coletaram as informações, dando-lhes crédito por seu trabalho e esforço. Outros gestos que podem deixá-los mais autoconfiantes é convidá-los para uma reunião de liderança e/ou pedir que tomem a frente e apresentem para mostrar o bom trabalho que estão fazendo.

 

Criar um ambiente psicológico seguro, no qual as pessoas possam se expressar e aprender com os erros sem medo de consequências negativas também é fundamental para liderar com empatia. Os líderes devem cobrar resultados de seus colaboradores, mas também devem apoiá-los e ajudá-los a se sentirem confortáveis ​​e dispostos a aprender, criando na equipe o clima positivo que é fundamental para impulsionar as conquistas.

 

E isso nos leva à necessidade de capacitar nossas equipes para que tomem certas decisões e removam obstáculos para abrir caminho, usando seus líderes como ponto de partida quando necessário. Isso propicia um nível de autonomia, comprometimento e liberdade que motiva nosso pessoal a trabalhar melhor e corretamente, a fazer o seu melhor e a ir além.

 

Mas liderar com o coração também é demonstrar consideração de outras maneiras, como pequenos gestos de bondade que fazem a diferença. Por exemplo, tenho uma líder que gosta de mostrar seu apreço por meio de presentes. Quando tive covid-19, ela mandou uma refeição especial para minha casa e isso significou muito para mim e minha família. Acho que ela é a líder mais rígida que já tive, mas esse simples gesto mostrou o quanto me considera e me motivou a continuar trabalhando duro. Outros líderes gostam de demonstrar seu apreço enviando sua equipe para participar de treinamentos especializados, dando folga extra para um colaborador tratar de algo pessoal, marcando um café ou almoço para conversar ou por meio de gestos ainda maiores, como criar condições mais igualitárias eliminando todos os sinais de elitismo no local de trabalho.

 

Não há dúvida de que liderar com empatia e preocupação genuína com nossos colaboradores é, e sempre foi, crucial para a formação de equipes fortes e aptas a nos ajudar a desenvolver a lealdade, a confiança e o compromisso de longo prazo necessários para alcançarmos grandes resultados. E, agora que vivemos uma nova realidade de trabalho híbrido, mudanças corporativas incrivelmente rápidas e limites cada vez mais indistintos entre os mundos de trabalho digital e físico, ter uma liderança forte e empática passa a ser mais importante do que nunca. Valorizo muito meus colaboradores e sou grata por me permitirem liderá-los e guiá-los ao longo de nossa jornada. Eles sabem que “têm o meu apoio” e que sempre serei correta com eles. Eu conto com eles, e eles contam comigo. O mundo mudou e os líderes também devem evoluir: se fizermos isso bem, criaremos um catalisador de criatividade, inovação e engajamento que contribuirá significativamente para o sucesso de nossos negócios e propósitos.

 

 

*Maribel Diz é vice-presidente sênior e chefe de RH da Visa América Latina e Caribe

 

 

Foto: Divulgação/Visa