18/04/2023 - 11h21
Mais de 60% das profissionais pretas perderam seus empregos no último ano
Estudo da HR tech Infojobs quantifica as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho
É fato que as mulheres enfrentam mais dificuldades no mundo corporativo do que os homens, embora exista um movimento em curso focado na ampliação da diversidade e inclusão nos quadros de colaboradores. Apesar das iniciativas em busca de equidade de gênero e raça, um levantamento feito pela HR tech Infojobs traz números reveladores sobre a situação desvantajosa da mulher e, em especial, da mulher negra no trabalho.
De acordo com os resultados, mais da metade das mulheres (52,1%) foi desligada de suas atividades no último ano. Proporcionalmente a cada grupo, 61,1% das mulheres pretas perderam seus empregos, seguido por 57,1% das mulheres pardas e 47,6% das mulheres brancas.
Em uma pesquisa complementar sobre empregabilidade das mulheres pretas, 86% acreditam que, em relação a pessoas brancas, as chances profissionais são desiguais. Para 59,1%, a raça interfere nas chances de conseguir um emprego.
Além da questão racial, há também o obstáculo do gênero: 27,7% das respondentes acreditam que conquistar uma oportunidade é o maior desafio para mulheres, já 26,3% apontam a obtenção de reconhecimento e crescimento profissional, quando empregadas. O machismo presente na cultura das empresas também interfere no dia a dia de 20,7%.
“Em 2022, a mesma pergunta foi feita e os mesmos pontos apareceram em destaque. Isso mostra que é um problema sério e recorrente, que precisa ser trabalhado urgentemente”, pontuou Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.
A pesquisa também mostrou que 88,5% das participantes acreditam que homens e mulheres não possuem as mesmas oportunidades. E, na percepção de 88,4%, as mulheres enfrentam mais desafios para se desenvolver quando comparado com outros grupos.
Por fim, outro ponto alarmante foi que 69,7% afirmam que já passaram por uma situação no mercado em que a sua credibilidade foi questionada apenas por ser mulher.
“As respostas de ambas as pesquisas são alarmantes e colocar em evidência é fundamental para combatermos preconceitos de raça e gênero. O RH das empresas precisa investir em capacitação constante para políticas mais igualitárias e promover ações no dia a dia para erradicar comportamentos racistas e machistas. Nos processos seletivos, o foco deve ser nas habilidades do candidato, sem perguntas invasivas a respeito de assuntos sem relação com a vida profissional”, conclui Ana Paula.
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