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21/10/2025 - 08h55

ROI do aprendizado corporativo: como o learning analytics revela o impacto dos treinamentos

Não se trata apenas de ferramenta tecnológica, mas de gestão baseada em evidências, diz CEO da Edusense

 

Por Vinicius Arakaki*

 

Nas últimas décadas, as empresas investiram somas consideráveis em programas de treinamento e capacitação de colaboradores. Contudo, uma pergunta sempre esteve na mesa dos executivos: qual é, de fato, o retorno desse investimento? O dilema de provar o impacto do aprendizado corporativo começa a ser superado com o uso de learning analytics, uma disciplina que transforma dados de treinamento em evidências concretas de valor para o negócio.

 

O aprendizado deixou de ser apenas uma atividade secundária para se tornar ativo estratégico. Em um cenário de alta competitividade e escassez de talentos, medir não basta, é preciso correlacionar indicadores de aprendizagem com performance, inovação e resultados financeiros. O learning analytics traz essa possibilidade ao conectar métricas, como engajamento, retenção de conhecimento e aplicabilidade prática às metas organizacionais.

 

Não se trata apenas de saber quantas pessoas concluíram um curso ou quanto tempo passaram em uma plataforma. Esses dados isolados pouco dizem sobre impacto. O diferencial está em identificar, por exemplo, se colaboradores treinados reduziram erros operacionais, aceleraram processos, aumentaram vendas ou elevaram a satisfação do cliente. É nesse ponto que o ROI (Retorno Sobre Investimento) do aprendizado corporativo começa a se tornar mais tangível, apoiado por dados concretos e análises de correlação entre capacitação e resultados de negócio.

 

O DESAFIO É CULTURAL E TÉCNICO

Muitas empresas ainda enxergam a área de treinamento como centro de custo, sem uma visão clara de métricas estratégicas. Outras, embora coletem grandes volumes de dados, carecem de modelos de análise consistentes para transformá-los em insights. É preciso romper com relatórios descritivos e adotar análises preditivas e prescritivas, capazes de antecipar lacunas de competências e sugerir intervenções personalizadas.

 

Outro aspecto essencial é a integração entre dados de aprendizagem e indicadores de negócio. Se uma organização busca aumentar sua participação de mercado, não basta treinar equipes comerciais, é necessário medir se após o programa houve ganho de conversão ou redução no ciclo de vendas. Quando essa correlação é estabelecida, a área de Learning & Development deixa de ser vista como acessória e assume papel estratégico na geração de valor.

 

O futuro do aprendizado corporativo depende dessa mudança de mentalidade. O learning analytics não é apenas uma ferramenta tecnológica, mas um novo paradigma de gestão baseada em evidências. O ROI deixa de ser apenas um cálculo distante para se tornar uma narrativa baseada em evidências, em que o aprendizado pode ser conectado, com mais precisão, à performance empresarial.

 

Embora medir o ROI do aprendizado ainda envolva desafios técnicos e culturais, o avanço do learning analytics torna esse caminho mais viável e confiável. As empresas que compreenderem isso mais cedo terão uma vantagem competitiva clara, não apenas treinarão, mas saberão demonstrar com mais precisão como cada hora de aprendizado contribui para os resultados do negócio.

 

*Vinicius Arakaki é fundador e CEO da Edusense

 

 

Foto: Divulgação/Edusense