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08/03/2023 - 14h21

#8M: como atrair e reter 50% dos talentos do mercado

Diretora de D&I Latam da Oracle, Daniele Botaro conta o que tem feito para atrair e reter mulheres em tecnologia

 

 

Por Daniele Botaro*

 

 

A presença feminina nas empresas segue avançando com o passar dos anos. No entanto, apesar do crescimento, isso ainda é um desafio por diversas questões como a autocobrança ou falta de confiança para se candidatar a determinados cargos, os vieses inconscientes que continuam afetando os processos de contratação ou a carga horária não remunerada do cuidado com as crianças ou idosos, que continua a recair principalmente sobre as mulheres, entre muitos outros.

 

Embora seja muito difícil abordar os motivos únicos para cada mulher, existem várias práticas que as empresas podem e devem implementar para combater as situações mais comuns. Afinal, somos 50% da população, ou seja, metade dos talentos disponíveis no mercado, e onde há mais diversidade, também há mais inovação. Então, como promover a inclusão de gênero nas empresas para termos todos os talentos de que precisamos?

 

É importante atuar em duas frentes: atrair e reter esses talentos. Para atrair mais mulheres para a empresa, é importante entender as questões que as levam a não se candidatarem a determinada vaga. Na área de tecnologia, por exemplo, que historicamente foi classificada como "masculina", nos últimos anos o crescimento foi exponencial à medida que as empresas estabeleceram novas estratégias de contratação e as mulheres são cada vez mais incentivadas a seguir carreiras em STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática).

 

A Oracle, por exemplo, percebeu efeitos muito positivos em relação a adoção da estratégia de vagas afirmativas, que são vagas específicas que priorizam mulheres em diferentes áreas e funções. Homens também podem se candidatar, mas o anúncio da vaga deixa claro que a preferência é para mulheres que correspondem ao perfil. Com a adoção dessa prática, mais mulheres se sentiram confiantes para se candidatarem à empresa, e das 120 vagas preferenciais publicadas no último ano, 63% foram preenchidas por elas. Isso permitiu que a participação feminina na Oracle crescesse três pontos percentuais na América Latina no último ano fiscal.

 

Mas, atração não é tudo. Ainda é preciso criar iniciativas que estimulem a retenção e o crescimento desses talentos. Para isso, são necessárias ações que fortaleçam a autoconfiança e quebrem as barreiras internas delas para desenvolver suas carreiras até alcançarem posições de liderança.

 

Na Oracle, por exemplo, conseguimos uma maior retenção de mulheres na empresa nos últimos anos e um maior nível de engajamento com a empresa. Em nossa última medição do Employee Net Promoter Score (eNPS), que mede se os funcionários recomendariam trabalhar na empresa, o nível de satisfação das mulheres aumentou 10 pontos, igualando as pontuações dos homens pela primeira vez.

 

Esse é o resultado de várias iniciativas de treinamento e desenvolvimento de habilidades para mulheres criadas pela empresa, incluindo programas de mentoria como Oracle Women Leadership (OWL), Women in Business ou o programa de patrocínio de líderes. Esses programas ajudam a tornar o talento feminino visível dentro da organização, dão às candidatas mais confiança em suas qualidades e as ajudam a gerenciar melhor suas habilidades de negociação e networking.

 

Alguns podem se perguntar por que ter vagas afirmativas ou criar programas exclusivos para mulheres se todos devemos ter as mesmas oportunidades?

 

A verdade é que, enquanto ainda houver lacunas a preencher, temos de fazer esforços para alcançar a equidade, um conceito muito mais amplo do que a igualdade, e que tem a ver com dar a cada um o que necessita para ter sucesso, entendendo que eles não começam no mesmo ponto de partida.

 

Este ano, a campanha global para o Dia Internacional da Mulher, à qual a Oracle adere, convida-nos a isso mesmo, a abraçar a igualdade. Sem uma perspectiva de gênero nas empresas que considere as dificuldades específicas das mulheres e crie políticas ou programas adequados para atraí-las e retê-las, vamos continuar desperdiçando talentos. Como sociedade, não podemos nos dar a esse luxo. Precisamos de todos vocês.

 

 

*Daniele Botaro é diretora de Diversidade e Inclusão para América Latina da Oracle

 

 

Foto: Divulgação/Oracle