
11/07/2025 - 12h52
44% dos candidatos desistem da vaga por salários abaixo do mercado
Pesquisa aponta que remuneração ainda é o fator mais decisivo na busca por emprego no Brasil
O mercado de trabalho atual valoriza cada vez mais aspectos como benefícios e flexibilidade, principalmente entre os mais jovens. Ainda assim, o salário continua sendo determinante para os brasileiros na hora de buscar uma oportunidade profissional.
De acordo com o Panorama de Empregabilidade da Sólides, 44% dos profissionais desistem de participar de um processo seletivo quando o salário oferecido está abaixo da média do mercado. Esse é o aspecto mais citado entre os problemas enfrentados por candidatos.
Seja por dificuldades financeiras ou pela percepção de desvalorização, salários incompatíveis com o cargo são uma realidade recorrente no Brasil, e podem afastar os profissionais mais qualificados.
OBSTÁCULOS NO PROCESSO SELETIVO
Embora a remuneração seja o principal motivo de desistência, o levantamento também apontou outros fatores que impactam negativamente a experiência dos candidatos. Exigências fora da realidade da vaga foram mencionadas por 34% dos entrevistados.
Além disso, 33% relataram desconforto com perguntas invasivas, incluindo situações de preconceito e discriminação. Outros 32% destacaram a falta de transparência nas informações fornecidas durante o processo.
Esses dados indicam falhas na comunicação entre as empresas e os candidatos. A ausência de feedback também é uma preocupação: 92% dos participantes afirmam gostar de receber retorno, enquanto 65% consideram a falta disso um fator que prejudica a imagem da empresa.
SALÁRIO É MOTIVO TAMBÉM PARA MUDAR DE EMPREGO
As críticas à remuneração não vêm apenas de quem está desempregado. Entre os profissionais já empregados, 62% afirmam buscar uma nova oportunidade em razão da possibilidade de um salário mais alto.
Esse também é apontado como o fator mais importante na hora de escolher uma vaga. Embora outros aspectos sejam valorizados, a remuneração continua sendo decisiva para grande parte da força de trabalho.
Mesmo com o salário ainda em primeiro plano, há uma mudança na maneira como os candidatos — principalmente os mais jovens — avaliam as oportunidades de emprego.
Segundo o levantamento, 52% consideram as chances de crescimento e desenvolvimento profissional como prioridade na hora de escolher uma vaga. Isso indica uma visão mais estratégica em relação à carreira, com foco em evolução ao longo do tempo.
Além disso, 43% dos entrevistados apontam o pacote de benefícios como fator essencial. Itens como vale-alimentação, vale-refeição e auxílio-transporte podem ser decisivos, dependendo do tipo de vaga.
De forma geral, os dados revelam um perfil de candidato mais exigente e consciente. Para atrair os melhores talentos, as empresas precisam estar atentas a essa nova dinâmica do mercado, ajustando suas estratégias de contratação e valorização dos profissionais.
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