21/03/2024 - 10h40
A nova liderança e seus novos desafios com suas novas gerações
Luiz Leardine fala da melhor forma de liderar tendo a geração Z como força renovadora do mercado de trabalho
Por Luiz Leardine*
No cenário atual do mercado de trabalho, a ascensão da geração Z está redefinindo as expectativas em torno da liderança. À medida que essa nova geração entra no mercado de trabalho, as empresas estão se adaptando para atrair, reter e desenvolver talentos que valorizam um estilo de liderança diferente.
A liderança tradicional, centrada na hierarquia e autoridade, está cedendo lugar a uma abordagem mais colaborativa e empática, onde as habilidades interpessoais e emocionais desempenham um papel fundamental.
Um ponto que é muito importante destacar por aqui é que uma geração é construída por um conjunto de fatores e é justamente a falta de “análise” desses fatores que levam a decisões erradas de uma liderança que não entende e nem imagina alguns pontos que influenciam o perfil de seus colaboradores. Segundo o livro Conflito de Gerações, de Valerie M. Grubb, os fatores que definem uma geração incluem:
• Ano de nascimento;
• Eventos históricos e culturais;
• Desenvolvimento socioeconômico;
• Tecnologia.
É um fato que hoje a liderança precisa lidar com todos esses perfis dentro de uma só equipe. O ponto é, por uma questão previdenciária desacreditada, o mercado não tem tido “saída” de gerações, apenas entrada de novas. O que acaba tornando cada vez mais difícil a tarefa de liderar uma equipe de alta performance. E os resultados disso é que estamos cansados de ler artigos, posts, etc., falando que um dos (se não o principal) motivos para um colaborador sair de sua empresa é a liderança
O nosso desafio é encontrar “pistas” que nos levem a identificar a melhor forma de liderar nesse “novo mundo” que tem tido a geração Z como a força renovadora do mercado de trabalho. E aqui conseguimos entender alguns pontos marcantes para essa geração:
Tecnologia desde o nascimento – A geração Z cresceu em um mundo completamente imerso em tecnologia, incluindo smartphones, mídia social e acesso constante à internet. Eles são considerados os primeiros nativos digitais, pois nunca conheceram um mundo sem tecnologia digital.
Consciência global – Devido à internet e às redes sociais, a geração Z está mais conectada globalmente do que qualquer geração anterior. Eles têm acesso instantâneo a informações de todo o mundo e estão mais conscientes de questões globais. Tudo que você fala liderança é checado. Entenda que você não é mais (nunca foi) o detentor de todo conhecimento. Já se perguntou por que essa geração questiona tanto? Pois é, eles estão construindo um mercado de trabalho que exige o "porquê]', não apenas o "o quê".
Diversidade e inclusão – A geração Z cresceu em um ambiente mais diversificado e inclusivo do que gerações anteriores. Eles valorizam a diversidade étnica, cultural, de gênero e sexual e tendem a ser mais abertos a diferentes perspectivas e identidades. A individualidade do ser humano é algo precioso, e por muito tempo as empresas colocaram esse ponto de lado. Diferente dessa geração, que não só quer, como EXIGE que essa pluralidade de perfis esteja presente em todos os pontos da sociedade.
Preocupações com o futuro – Devido a desafios econômicos, mudanças climáticas e incertezas políticas, a geração Z tende a ser mais preocupada com o futuro do planeta e está mais disposta a tomar medidas para enfrentar esses desafios. E estão errados em pensar dessa forma? Afinal, em qual mundo queremos viver? Talvez seja exatamente essa palavra que tem ganhado um novo significado para essa geração, o tão sonhado “viver” e não apenas "existir”.
Mapa definido.
E é claro que existem diversas habilidades, tanto técnicas como comportamentais, que podemos comentar nesse mapa da nova liderança, no entanto, listei três principais que vão nos ajudar a direcionar a “bússola” da nossa navegação para “águas mais atuais”. São elas:
1 - Adaptabilidade e resiliência – A capacidade de se adaptar a mudanças rápidas e imprevistas é uma característica essencial da nova liderança. Em um mundo em constante evolução, os líderes precisam ser flexíveis e abertos a novas ideias e abordagens. A geração Z, criada em um ambiente de rápida mudança tecnológica e social, valoriza líderes que são capazes de se ajustar rapidamente às circunstâncias e encontrar soluções criativas para os desafios.
2 - Empatia e inteligência emocional – A empatia é uma habilidade cada vez mais valorizada no local de trabalho, especialmente pela geração Z. Os líderes que demonstram empatia são capazes de entender e se relacionar com as experiências e emoções dos outros, construindo relacionamentos mais fortes e produtivos. Além disso, a inteligência emocional permite que os líderes gerenciem conflitos de forma construtiva e inspirem confiança e respeito em suas equipes. A inteligência emocional e empatia não só nos ajuda a conquistar bons resultados para as estratégias das empresas, mas sim, traz bons resultados para nós como seres humanos.
3 - Liderança colaborativa – A liderança colaborativa envolve a promoção da participação e contribuição de todos os membros da equipe na tomada de decisões e na consecução de objetivos comuns. Os líderes da geração Z devem ser capazes de cultivar um ambiente de trabalho inclusivo e colaborativo, onde as ideias são valorizadas e todos se sentem capacitados a contribuir. Uma liderança colaborativa contribui em vários aspectos para o crescimento da equipe, alguns pontos como, inclusão e diversidade, engajamento, motivação da equipe e resolução de problemas mais eficaz.
Por fim, como liderança, precisamos continuar descobrindo como podemos nos tornar melhores todos os dias nessa nova era da liderança! Demos uma volta completa, mergulhando fundo nas características da geração Z e como isso está remodelando o mundo do trabalho.
Entendemos que liderar hoje não é apenas sobre dar ordens, mas sim sobre criar conexões genuínas, entender diferentes perspectivas e abraçar a mudança com entusiasmo. Afinal, estamos lidando com uma equipe que valoriza a inclusão e a colaboração como nunca antes.
Então, o recado é claro: seja flexível, esteja aberto ao diálogo, e não tenha medo de se adaptar. A liderança do futuro é para aqueles que podem pensar fora da caixa, abraçar o desconhecido e, acima de tudo, inspirar aqueles ao seu redor a darem o melhor de si.
Líder, capacitar-se é o maior investimento que você pode fazer por você e pela sua equipe.
*Luiz Leardine é HR manager da Fiap
Foto: Divulgação/Fiap