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15/06/2023 - 11h54

Equipes inclusivas, produtos melhores

Head de Inovação da SAP elenca quatro medidas a serem adotadas no desenvolvimento de produtos

 

 

 

Por Matheus Souza*

 

 

É comum na indústria de tecnologia que as equipes trabalhem em silos, reunindo-se apenas no final de um sprint para entrega dos resultados. Essa abordagem deixa de aproveitar diversas habilidades da equipe e gera efeitos negativos. A colaboração ativa permite compartilhar conhecimento, competências e experiências, identificar e resolver problemas juntos. Também ajuda a garantir que todos os membros da equipe estejam alinhados com a visão e os objetivos do trabalho e que o produto atenda às demandas dos usuários. Por essa razão, é importante que as companhias criem soluções inclusivas, que possam ser usadas com prazer por todos no trabalho, contando com a colaboração e comunicação ativas entre pesquisadores de usuários, designers, engenheiros e gerentes de produto durante todo o processo de design e desenvolvimento.

 

Aqui estão quatro medidas simples que podem ser colocadas em prática hoje para melhorar a experiência de todos os usuários e criar uma cultura de inclusão:

 

# 1: Adotar uma abordagem inclusiva sobre como as equipes trabalham juntas desde o início

Para garantir que todos na equipe tenham uma compreensão holística das necessidades e motivações das pessoas para as quais estão criando produtos, precisamos envolver todos desde o início. Isso significa permitir que pesquisadores de usuários, designers, engenheiros e gerentes de produto trabalhem juntos em todo o processo, de ponta a ponta. E quer dizer que cada membro da equipe estará envolvido na própria pesquisa.

 

É essencial que os pesquisadores de usuários adotem uma abordagem participativa para a própria pesquisa – e intencionalmente incluem pessoas de diferentes origens culturais, regiões do mundo, ambientes de trabalho a fim de gerar insights surpreendentes e impactantes. Envolver a equipe principal no processo de pesquisa também permite que os engenheiros desenvolvam e testem protótipos rapidamente para garantir que funcionem conforme o esperado e que os gerentes de produto priorizem e integrem recursos nos produtos finais.

 

# 2: Ter intenções claras sobre como o trabalho acontece

A colaboração ativa só pode acontecer com a infraestrutura adequada que garanta aos profissionais o compartilhamento contínuo do trabalho, o feedback apropriado e a solução de problemas em conjunto como parte do processo diário. Os rituais de colaboração devem ser deliberadamente projetados e incluir todas as funções da equipe. Ao colaborar e se comunicar ativamente durante todo o processo, a equipe pode identificar e abordar possíveis barreiras de acessibilidade e usabilidade.

 

Reuniões diárias, sessões de trabalho frequentes e retrospectivas semanais são exemplos do tipo de ritual que torna mais fácil para designers e engenheiros trabalharem em conjunto em torno dos problemas que encontram, para que pesquisadores de usuários avaliem continuamente os projetos e protótipos, à medida que a equipe apresenta diferentes iterações de experiência em desenvolvimento, e para que gerentes de produto possam tomar decisões baseadas em dados em todo o processo de ponta a ponta.

 

# 3: Promover a diversidade dentro da equipe

Isso geralmente é esquecido, mas desempenha um papel crítico na geração de resultados inclusivos. Tem a ver com a intenção sobre diversidade dentro da própria equipe. Perspectivas diversas geram produtos melhores. Uma equipe com formações e experiências diversificadas traz uma gama de pontos de vista e insights para o processo de design e desenvolvimento.

 

Ao escolher quem participa de um projeto, o foco na diversidade permitirá que a equipe se beneficie de perspectivas únicas dentro do grupo e contribua para a criação de produtos mais inclusivos e utilizáveis por uma ampla gama de usuários. É na interseção das diferenças que podemos realmente promover e vislumbrar ideias revolucionárias.

 

# 4: Começar desenvolvendo uma mentalidade de busca de problemas

Para encontrar soluções, é preciso primeiro entender o problema. A criação de produtos para uma população global e diversificada exige identificar proativamente lacunas nas experiências atuais. Detectar os problemas desde o início é algo que precisa ser comemorado e visto como oportunidade de melhorar a experiência antes de ser lançada aos clientes.

 

A equipe deve estar aberta para desafiar suas próprias suposições e preconceitos e buscar entender como tornar as experiências acessíveis e utilizáveis por todos. Temos que lembrar continuamente de que não somos nossos próprios usuários e, portanto, precisamos ter um foco abrangente e inabalável não apenas para atendê-los, mas também para nos alinhar como equipe ao problema que estamos tentando resolver.

 

 

*Matheus Souza é head de Inovação da SAP América Latina e Caribe

 

 

Foto: Divulgação/SAP