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27/09/2022 - 12h20

Gestão do tempo e processos otimizados – O caminho para gerir pessoas

É preciso identificar meios para otimizar processos rotineiros, diz Augusto Neves, executivo de RH da Serede

 

 

Por Augusto Neves*

 

Não é de hoje que o tempo, objeto extremamente valioso, ocupa um espaço de destaque quando o assunto é modelo de trabalho. Claro, atualmente, com tantas melhorias e o surgimento de soluções voltadas para a tecnologia, é natural que o tema ganhe novos tons de debate, abrindo portas para oportunidades bastante atrativas, como é o caso da metodologia ágil e seus braços estratégicos.

 

Otimizar processos de modo que eles potencializem a atuação de profissionais é uma finalidade compatível com os dias atuais. Porém, também é necessário mencionar que nenhuma realidade empresarial é similar à outra, e isso concede, sem dúvidas, muito mais complexidade à reflexão – que, por sua vez, é sempre bem-vinda, especialmente sob a perspectiva de lideranças responsáveis pela gestão de pessoas.

 

O caminho para converter teoria em prática ainda é longo. No campo dos testes, algumas novidades são interessantes, no sentido de contribuir para um desempenho saudável entre os colaboradores. Países como Japão e Islândia, por exemplo, têm instituído a semana de quatro dias de trabalho e três de descanso. No Brasil, a ideia se encontra em um estágio de amadurecimento, mas já requer um olhar de atenção por parte de empresas disruptivas e com uma cultura organizacional modernizada.

 

Seguindo nesse tópico, inclusive, uma matéria recente divulgada pela Você S/A trouxe um panorama rico sobre a semana de quatro dias úteis, indicando o viés histórico e exemplos reais de como o sistema reduzido está sendo aplicado nas empresas. Certamente, a expectativa é de que a possibilidade seja discutida por ainda mais organizações.

 

Cultura adotada deve priorizar o indivíduo

As pessoas são e sempre serão as principais fontes de valor dentro das empresas. Portanto, não seria exagero afirmar que contribuir para a performance das equipes envolvidas no cotidiano operacional é priorizar o próprio rendimento do negócio, assim como sua imposição sobre o mercado escolhido. Com uma cultura centralizada no indivíduo, isto é, focada em trazer melhorias e condições que estimulem o potencial por trás de cada profissional, as chances de o trabalho ser conduzido de forma harmônica e satisfatória são bem maiores. E isso passa, com certeza, pelo gerenciamento do tempo empregado.

 

Seguindo essa linha de raciocínio, é importante identificar meios para otimizar processos rotineiros, priorizando a entrega de resultados, e não obrigatoriamente o tempo dedicado à tarefa. A jornada é tão relevante quanto o reconhecimento, aliás, os dois elementos andam de mãos dadas. Se o colaborador é o "artista de suas obras", cabe à liderança garantir as melhores ferramentas e o ambiente mais adequado, o restante ficará a cargo do capital humano, grande protagonista e responsável pelo sucesso de todo e qualquer negócio.

 

De fato, manter uma postura de observância é fundamental. Em outras palavras, tendências globais não deixarão de surgir, seja sobre os dias de trabalho aplicados, conceitos de flexibilidade para a hierarquia instaurada internamente ou até mesmo quanto à implementação de sistema híbridos, prática que se popularizou no país. Olhando para o futuro e para o presente, o profissional deverá, cada vez mais, atuar com inteligência e foco estratégico, em detrimento de esforço braçal ou entrega de horas. Como citei no início, a metodologia ágil é um ótimo referencial e serve de base para ações que busquem aprimorar a produtividade entre os departamentos.

 

Para concluir, entendo que as mudanças, especialmente as de cunho cultural, demandam tempo e adaptação. Nem todas as iniciativas darão certo, já outras terão mais aderência. Aqui, a única verdade absoluta é que não existe uma fórmula exata a ser reproduzida por todos os gestores. O desafio está justamente na resiliência de se manter em um modus operandi de aprimoramento contínuo, evolutivo, que acompanhe a realidade enfrentada pelos profissionais e ofereça alternativas que agreguem valor à atuação de todos.

 

 

*Augusto Neves é diretor de Gente e Gestão da Serede – Rede Conecta, empresa do Grupo Oi

 

 

Foto: Raphael Monteiro