Notícia

Saúde e Bem-Estar

01/09/2022 - 15h10

Dois terços dos funcionários de grandes empresas acham que deveriam cuidar mais da saúde

20% estão insatisfeitos com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, de acordo com pesquisa da Dasa Empresas

 

 

 

Ontem mesmo, a Gestão RH publicou o resultado de uma pesquisa que explicitava a mudança de prioridade dos funcionários em relação às empresas depois da pandemia: o equilíbrio entre vida profissional e pessoal passou à frente das questões financeiras, na comparação com a edição realizada antes da chegada da covid-19. Hoje, a divulgação de um novo levantamento, este sobre saúde e bem-estar, traz mais dados de apoio para as organizações.

 

Para entender como os brasileiros avaliam a saúde e o bem-estar após o aparecimento da covid-19, a Dasa Empresas, gestora de benefícios e soluções de saúde corporativa da rede Dasa, encomendou ao Instituto Ipsos a pesquisa nacional Saúde pós-pandemia. Online, o levantamento teve como base três pilares: Comportamento em relação à Saúde, Plano de Saúde e Performance das Empresas e Comunicação.

 

“A pesquisa constatou que, apesar da satisfação geral com a qualidade de vida e a saúde, parte dos brasileiros estão insatisfeitos com alguns aspectos: um terço relata insatisfação com a qualidade do sono, quase um quarto está insatisfeito com a alimentação e a disposição e energia para realizar tarefas diárias, enquanto 20% estão insatisfeitos com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e 21% com a baixa capacidade de concentração", diz Rafael Motta, diretor geral da Dasa Empresas.

 

Os destaques ficam para os entrevistados da região Norte: 40% estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos com sua disposição e energia para desempenhar as tarefas diárias, à frente da insatisfação de 26% na média nacional. Já os do Centro-Oeste possuem a menor média de descontentamento, com apenas 18%. "Além disso, um a cada três jovens, de 18 a 29 anos, relata problemas quando os assuntos são qualidade do sono e disposição e equilíbrio entre vida pessoal e profissional", completa Motta.

 

COMPORTAMENTO COM A SAÚDE

Dois terços dos entrevistados (66%) concordam que deveriam cuidar mais da saúde, mas não conseguem. Problemas atitudinais, como falta de disciplina (41%) e falta de tempo (29%) seguidos por financeiros (34%) e opções não tão saudáveis de alimentação (31%) são citados como os maiores impeditivos.

 

Sobre prevenção de doenças, 58% das pessoas afirmam que só vão ao médico quando identificam um problema. Além disso, menos da metade (47%) faz exames preventivos uma vez ao ano, sendo que 28% argumentam ter receio dessa prática por medo do que podem descobrir.

 

“Esse dado traz um alerta para que os players do setor reforcem as políticas de educação com ênfase na realização de exames corretamente indicados como fator primordial à prevenção e diagnóstico precoce. Assim, gaps de cuidado e de rastreio podem ser equacionados de maneira que doenças crônicas ou outras enfermidades possam ser descobertas no início, melhorando o prognóstico e encurtando a trajetória de superação ou controle das doenças”, afirma Leonardo Vedolin, diretor geral médico e de cuidados integrados da Dasa.

 

No recorte por gênero, 32% das mulheres dizem estar insatisfeitas ou muito insatisfeitas com sua disposição e energia para desempenhar as tarefas diárias, ante 15% do público masculino. Além disso, cerca de 26% das entrevistadas também não estão felizes com a “capacidade de se manter concentrada em tarefas” e “na qualidade da alimentação”, frente a 17% dos homens.

 

As mulheres se mostram mais cuidadosas com a atenção à saúde: 50% fazem exames preventivos ao menos uma vez por ano, enquanto 44% dos homens seguem essa regularidade. Por outro lado, somente 38% delas levam seu histórico de saúde e exames prévios quando vão ao médico, ante 48% dos homens.

 

PLANOS DE SAÚDE

Entre os funcionários que têm plano de saúde, 66% dos que recebem o benefício integral se dizem satisfeitos/muito satisfeitos e 50% dos coparticipantes demostram o mesmo nível de satisfação. Em ambos os casos, as principais insatisfações são com cobertura, atendimento demorado, abrangência de exames e especialidades. Referente à realização de exames de rotina, 55% dos beneficiários têm essa prática, frente a apenas 29% dos que não usufruem do benefício.

 

Dos que não possuem plano de saúde, 24% dizem estar insatisfeitos ou muito insatisfeitos quanto ao equilíbrio entre suas vidas profissional e pessoal, em comparação com 18% de quem possui o benefício.

 

PERFORMANCE DAS EMPRESAS

Na avaliação da performance das empresas com relação à oferta de benefícios, fica evidente um gap de expectativas quanto à preocupação com a saúde emocional dos colaboradores e a garantia de um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal.

 

Quando perguntados sobre os dois principais itens que uma empresa deveria oferecer, 39% dos funcionários citaram planos de saúde de qualidade; 22%, um ambiente seguro de trabalho; e 19%, preocupação com a saúde emocional dos colaboradores.

 

Entre as piores avaliações está a capacidade das empresas para ouvir as demandas e críticas dos funcionários sobre temas de saúde, com classificações como “muito ruim” (8%), “ruim” (15%) e “nem boa, nem ruim” (28%).

 

Como diferenciais, os fatores que mais pesam na escolha dos pesquisados (“extremamente importante”) na escolha dos laboratórios e hospitais são atendimento (66%), limpeza (70% em laboratórios e 69% em hospitais), e cobertura do plano (68% em laboratórios e 66% em hospitais). Atributos que pesam mais do que a indicação do médico e do valor pago.

 

“Os resultados da pesquisa balizam as empresas a tomar decisões estratégicas oferecendo ou ampliando benefícios e, até dependendo, repensando o modelo de trabalho, seja para reforçar o engajamento dos funcionários, ou para atrair novos talentos”, finaliza Motta.

 

 

 

Foto: Freepik