Notícia

Indicadores

22/03/2024 - 11h37

Cultura organizacional é o principal desafio para o RH, segundo pesquisa da ABRH-Brasil

Desenvolvimento de lideranças e automação dos processos de RH completam o pódio

 

 

A ABRH Brasil (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e a empresa de tecnologia Umanni realizaram a terceira edição da pesquisa O Cenário do RH no Brasil, trazendo insights, principais desafios e questionamentos sensíveis dos RHs e empresas no Brasil. Realizada com cerca de 900 profissionais de Recursos Humanos – 46,25% deles são gerente, supervisor, diretor, vice-presidente e presidente, e 44,4%, assistentes ou analistas –, a pesquisa identificou mudanças significativas nas práticas do dia a dia, mostrando as tendências em um novo contexto.

 

Para os entrevistados, os maiores desafios deste ano são: Cultura Organizacional (51%), Desenvolvimento de Liderança (49,6%), Automação dos processos de RH (49,4%) e Desenvolvimento de Pessoas (28%). Entretanto, vale destacar o baixo percentual de Performance do Negócio (6,34%), que, na visão do presidente da ABRH, Paulo Sardinha. deveria ser umas das preocupações centrais, pois seu impacto é significativo.

 

ORÇAMENTO DA ÁREA X ORÇAMENTO DAS EMPRESAS

De modo geral, o orçamento das empresas apresentou um aumento de 52,3%. Entretanto, 19% das organizações tiveram suas despesas reduzidas ou estagnadas. Isso evidencia o desafio de aumentar a produtividade e equilibrar as finanças. Na área de RH, 45,7% dos departamentos tiveram aumento de orçamento, 35,7% mantiveram e 18,6% reduziram. 

 

“O desafio do RH se mostrou ainda maior comparado com o da empresa de forma geral. Uma alternativa a ser explorada é a automação e o aprimoramento dos processos”, avalia Eliane Aere, CEO da Umanni e diretora de Pesquisa da ABRH Brasil.

 

BENEFÍCIOS

Benefícios previstos pela legislação e em acordos sindicais ainda predominam em praticamente todas as corporações entrevistadas. Dentre eles, alimentação (66,59%), refeição (65,81%), plano de saúde (65,48%) e seguro de vida (63,7%). A adoção de benefícios decorrentes da pandemia continuam sendo destaque, como atendimento psicológico (34,3%) e auxílio home office (22,6%).

 

"Os benefícios flexíveis não possuem previsão legal, mas é uma prática adotada há muitos anos pelos profissionais de Recursos Humanos como forma de oferecer ao trabalhador um benefício que seja mais ajustável a ele e às suas necessidades individuais”, ressalta Wolnei Ferreira, diretor Jurídico da ABRH Brasil.

 

REPORTE AO PRESIDENTE

Em 75,1% das organizações, o principal executivo de RH se reporta ao presidente da companhia e somente 10,3% o fazem para o Administrativo-Financeiro, cenário que, para os realizadores da pesquisa, mostra que o RH segue enfrentando o desafio de fortalecer sua presença na organização, e é importante a necessidade de a área se posicionar de forma mais próxima, estabelecendo uma conexão direta com o topo da pirâmide.

 

FERRAMENTAS DE PERFORMANCE

A avaliação de performance dos funcionários está presente em 61% das companhias pesquisadas; 23,9% nunca utilizaram essa métrica e 15% já recorreram a ela, mas não aplicam a avaliação nesse momento.

 

Dentre as ferramentas de gestão de desempenho empregadas, destacam-se Avaliações (52%), Pesquisa de Clima (32,74%), Feedback Contínuo (30,6%), Avaliação de Competência (30,2%) e Metas (26,5%). Para Eliane, chama a atenção que apenas 26,5% das organizações entrevistadas trabalham com a ferramenta de metas. “Essa tecnologia é fundamental para uma boa avaliação de performance”, assinala.

 

PARTICIPAÇÃO NA ESTRATÉGIA

Mais da metade dos respondentes da pesquisa, 51,2%, concordam parcial ou totalmente que o RH desempenha papel ativo na definição e implementação da estratégia organizacional; já 48,8% não compartilham desse sentimento, expressando neutralidade ou discordância em relação à afirmação mencionada. “Mais do que se dizer estratégico, o RH precisa participar efetivamente da definição e implementação das estratégias nas organizações”, alerta Paulo Sardinha.

 

No que se refere às políticas relacionadas aos princípios, valores e cultura organizacional, 79,7% afirmaram que a empresa já possui políticas referentes aos valores, princípios e cultura das organizações. No entanto, 62,2% consideram que os funcionários têm média aderência a essas políticas. Nesse sentido, existe um desafio de comunicação interna no engajamento, entendimento e, por consequência, no cumprimento das políticas. “É preciso explorar o que provoca essa discrepância. Adotar políticas que não promovem adesão é, no mínimo, um desperdício. Essa análise pode partir da suposição que estejam ocorrendo falhas na comunicação interna”, avalia o presidente da ABRH Brasil.

 

 

Foto: Freepik/Pressfoto