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29/06/2023 - 18h38

90% dos profissionais de RH se sentem sobrecarregados em sua rotina corporativa

Seis entre dez trabalhadores da área tiveram problemas relacionados a saúde mental no último ano

 

 

Se sentir sobrecarregado no trabalho tem se tornado cada vez mais comum e essa sensação tem impactado diversos setores das empresas, inclusive Recursos Humanos, que é tradicionalmente conhecido por cuidar e zelar pelo bem-estar dos demais funcionários. Foi o que constatou uma pesquisa realizada pela Flash People, unidade de negócios da Flash que oferece uma solução SaaS para a gestão de pessoas.

 

De acordo com o levantamento Panorama da Saúde Emocional do RH, nove entre dez profissionais se sentem sobrecarregados em suas rotinas corporativas e 59% destes sentem que têm níveis elevados de pressão.

 

O levantamento foi realizado com 702 profissionais da área em todos os níveis hierárquicos e diversas frentes de atuação, como departamento pessoal, remuneração e benefícios e R&S, entre outros. Entre os principais motivos que impactaram a sensação de sobrecarga estão a necessidade de estar disponível o tempo todo (27%), falta de ferramentas para gestão de pessoas (18%), falta de reconhecimento (17%) e falta de apoio da liderança (14%). 

 

Para Jan Christian, general manager de Flash People, esse contexto está diretamente relacionado com movimentos recentes, ocorridos durante a pandemia, como o distanciamento social, e o processo de digitalização acelerado do RH que vem ocorrendo nos últimos anos.

 

"Quando se tinha todos os colaboradores dentro do escritório, a gestão era mais concentrada e com um viés mais pessoal, com a distância física impulsionada pelo isolamento social e o modelo remoto, a área de recursos humanos precisou acelerar a digitalização e encontrar soluções para essas novas demandas. Em nossas análises, vimos que esse fluxo necessita de revisão, pois atualmente os profissionais acessam, em média, sete ferramentas diferentes, o que torna o processo pouco fluido e estimula uma atuação pouco estratégica e muito operacional", detalha.

 

AFASTAMENTO

A pesquisa também identificou que os profissionais de RH sofreram impacto importante em sua saúde mental; 64% deles afirmaram ter tido algum problema relacionado ao tema no último ano.

 

A ansiedade foi o sintoma mais citado (41%), seguido por falta de motivação (16%), burnout (4%) e, por fim, depressão (3%). Entre os cargos que mais sinalizaram a presença de casos de saúde mental estão analistas, assistentes e coordenação.

 

Mais da metade (54%) também sinalizou ter visto colegas de profissão que foram afastados por esgotamento profissional nos últimos meses. Um dos fatores identificados foi a quantidade de horas trabalhadas: 51% dos respondentes trabalham as habituais seis a oito horas, mas 40% indicaram trabalhar de oito a dez horas e 5% ultrapassam as dez horas diárias.

 

O destaque da análise ficou para os níveis de coordenação, especialistas e gerentes, onde a maior parcela ultrapassa nove horas de trabalho diário.

 

"Quando se trabalha por muitas horas seguidas, especialmente em tarefas repetitivas onde você não vê muito valor sendo gerado, o esgotamento e a frustração aparecem, causando sintomas relevantes. O ponto positivo é que as empresas estão atentas a isso e o exercício é cuidar de quem cuida, pois o RH também precisa dessa atenção", reforça Jan.

 

 

Foto: Freepik