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08/03/2022 - 16h16 Artigos

Haverá guerra ainda?

Confira o artigo de Marcelo Madarász em sua coluna mensal


 

 

 

 

 

Por Marcelo Madarász*

 

Mulher barriguda que vai ter menino, qual o destino que ele vai ter? Que será ele quando crescer? Haverá guerra ainda? Mulher barriguda, tomara que não. Inacreditáveis 49 anos se passaram desde que a música Mulher Barriguda foi lançada no primeiro álbum do conjunto Secos e Molhados, em 1973. Composta por Solano Trindade e João Ricardo, sucesso na voz de Ney Matogrosso, faz questionamentos sobre o futuro das crianças e sobre as guerras.

 

Estamos em 2022 e podemos responder a esse questionamento com notas de pesar, sim, ainda haverá guerra e não podemos afirmar com certeza o que será do futuro desse menino e nem de nenhum outro. Em 1973, os tempos eram outros e não se falava no mundo BANI ( que surgiu posterior ao mundo VUCA). Por esse conceito, há um entendimento de que o mundo no qual estamos vivendo é frágil e parte do princípio de que o que temos certeza hoje pode virar uma incerteza amanhã.

 

Há a necessidade de considerarmos que uma situação favorável e positiva pode simplesmente tomar outro rumo. Não quero aprofundar os conceitos do mundo BANI, no qual é preciso muita resiliência e colaboração para sobreviver em um ambiente cada vez mais frágil, ansioso, não linear e incompreensível, mas apenas usá-lo como pano de fundo para algumas reflexões.

 

Poderíamos investir páginas e páginas na tentativa de contextualização da absurda invasão da Ucrânia e das inúmeras facetas desta ação, tanto do ponto de vista histórico, quanto das possíveis e assustadoras consequências, ou ainda mergulharmos nas explicações psicológicas e patológicas do ser humano, fazendo um recorte nas lideranças, tema tão valioso para o mundo organizacional, mas vou preferir dar foco no fato de que uma série infinita de fatos simplesmente acontecerão e não estão de forma alguma em nosso campo de decisão, atuação ou influência.

 

Estávamos vivendo nossa vida chamada por muitos de vida normal e um belo dia ouvimos falar em covid. Por mais que se deseje voltar ao mundo anterior, isso simplesmente não é mais possível. Está fora do nosso alcance. Esse exemplo é apenas um dentre milhões de outros que fazem parte e farão sempre da vida humana – em sua dimensão mais abrangente, seja nas delicias das alegrias, seja nas dores das tragédias.

 

Dado que assim é, como navegar com um mínimo de significado e se possível, ainda, com alguma alegria? Além de tudo que faz parte do nosso processo de vivermos a jornada humana: nascer, crescer, eventualmente multiplicar e morrer, temos que descobrir um sentido para esta existência.

 

Por mais que fiquemos perplexos com o bombardeio dos acontecimentos, por mais que a qualidade inclusive moral dos líderes mundiais nos entristeça, por mais que existam guerras de todas as ordens e o que podemos chamar de injustiças, por mais que fiquemos indignados com tanta barbárie e pior ainda com as narrativas criadas a partir de interesses obscuros de diferentes setores da sociedade, está absolutamente em nossas mãos decidir o que vamos fazer com tudo isso. Não podemos, em princípio, alterar a ordem das coisas, mas não só podemos como devemos salvaguardar a nossa lucidez acima de tudo, como elemento sagrado que é.

 

Temos o poder de colocar lenha na fogueira e tornar pior o que já é muito ruim ou colocar panos quentes e tentar, custe o que custar, preservar nossa saúde, sanidade, dignidade, fé no ser humano. Podemos nos conectar com as sombras e torná-las muito maiores ou escolhermos a luz e por meio dessa conexão, contribuirmos para a iluminação de todos, começando pela nossa.

 

Não é tarefa fácil, mas quem nos prometeu um jardim de rosas? Como a mulher barriguda da música, vamos nos perceber grávidos do mundo com o qual sonhamos e verdadeiramente nos empenharmos para que esse mundo exista, a partir de nossas escolhas e desejos. Temos que começar aquietando nossas mentes e corações e nos conectando com um Propósito maior e com a luz! Que assim seja!

 

 

*Marcelo Madarász é diretor de RH para América Latina da Parker Hannifin

 

Foto: Marco Suguio

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