Deel apresenta as nove tendências de trabalho para 2026
A volta da busca por estabilidade no emprego é uma delas, de acordo com dados da companhia
O mundo do trabalho está se transformando mais rapidamente do que nunca, impulsionado pelo rápido avanço tecnológico, pelas mudanças nas expectativas sociais e pela evolução das demandas dos colaboradores. À medida que 2026 se aproxima, diversas tendências emergentes estão prontas para remodelar o cenário de Recursos Humanos, da ascensão do “salário emocional” ao fim das estruturas tradicionais de liderança. Michelle Cascardo, gerente da Deel na América Latina, traz nove tendências mostrando como esses movimentos mudarão fundamentalmente a forma de enxergar o trabalho e a colaboração. Confira.
Grande achatamento (great flattening): Esqueça as hierarquias corporativas. A mais nova tendência no ambiente de trabalho, o grande achatamento, trata-se de eliminar as camadas tradicionais de gestão. As empresas estão cortando o “intermediário” para reduzir custos e acelerar processos, dando aos funcionários mais liberdade para brilhar. A grande questão é: essa mudança levará a uma equipe mais eficiente e empoderada — ou apenas criará mais caos?
Salário emocional (emotional salary): Com um mercado de trabalho desafiador e orçamentos de contratação mais enxutos, aumentos salariais garantidos nem sempre estão disponíveis. Diante disso, os líderes de RH encaram o desafio de reter e atrair os melhores talentos apostando no chamado salário emocional. No competitivo mercado atual, os melhores empregadores oferecem mais do que um contracheque, oferecem um pacote completo que atende às diversas necessidades dos colaboradores. Esse é o salário emocional e pode ser o aumento mais valioso que um empregador pode oferecer.
Job hugging: A era do job hopping (trocar de emprego frequentemente) acabou. A tendência do momento é o job hugging, em vez de trocar de cargo por salários maiores, os profissionais estão se apegando aos seus empregos atuais – e não por lealdade. Esse fenômeno é uma resposta direta à instabilidade econômica, destacando uma nova realidade: a estabilidade passou a valer mais do que a ascensão profissional. É a grande virada da ambição para a segurança.
Teste do Guardião (Keeper Test): Essa é a nova tendência que está abalando as culturas empresariais. Popularizado pela Netflix, o método direto e eficaz faz aos gestores uma pergunta simples: “Se um membro da sua equipe pedisse demissão, você lutaria para mantê-lo(a)?” É uma forma de alto risco de identificar quem realmente é essencial e concentrar esforços nos melhores talentos. Uma ideia simples que pode mudar carreiras.
“Apodrecimento cultural” (Culture Rot): O Culture Rot descreve quando um ambiente de trabalho saudável começa a se deteriorar por dentro, muitas vezes sem que os líderes percebam. É a causa de altas taxas de rotatividade e baixo engajamento, refletindo-se na falta de confiança e comunicação entre equipes. No fim das contas, é a prova de que, em muitas empresas, os valores organizacionais existem apenas no papel.
Microturnos (microshifting): O microshifting é a mais nova tendência de flexibilidade. A ideia é dividir o tradicional expediente 9h–17h em blocos menores, permitindo que vida pessoal e trabalho fluam de forma mais harmoniosa. Trata-se de trocar horários rígidos por períodos curtos e focados de produtividade — criando espaço para levar os filhos à escola, fazer exercícios ou simplesmente respirar — um equilíbrio mais inteligente para o dia de trabalho moderno.
Deschefiação consciente (conscious unbossing): Adeus, quiet quitting! A nova tendência do trabalho é o unbossing consciente. Jovens da geração Z estão optando, de forma deliberada, por não seguir os caminhos tradicionais de liderança. Em vez de subir na hierarquia e assumir o estresse de ser chefe, preferem focar em equilíbrio entre vida e trabalho, buscando influência sem esgotamento. É uma mudança profunda na definição de sucesso e está obrigando as empresas a repensarem suas estruturas de liderança.
Sprints de resiliência (resilience sprints): Indo além das sessões de mindfulness, surgem os “sprints de resiliência”: encontros breves e periódicos em que as equipes compartilham perdas, aprendizados e pequenas vitórias. O objetivo é gerar empatia e fortalecer a capacidade coletiva de adaptação diante de mudanças repentinas (como uma falha de produto ou crise com cliente). É uma abordagem preventiva para evitar o burnout coletivo.
Inveja de LinkedIn (LinkedIn envy): Sabe aquela sensação ao rolar o feed do LinkedIn e ver todo mundo sendo promovido, lançando startups ou fechando grandes negócios, menos você? É a inveja de LinkedIn. Essa tendência descreve o sentimento de inadequação e ciúme profissional ao comparar sua trajetória com as versões “editadas” das vidas alheias na plataforma. É um lembrete de que, enquanto as redes sociais mostram vitórias, raramente revelam as lutas por trás delas.
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