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01/03/2024 - 17h57

Quase 40% dos desligamentos entre profissionais qualificados foram a pedido do colaborador

Para Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half, o turnover é uma oportunidade para oxigenar a empresa

 

 

O turnover voluntário é um indicador crítico para as empresas, refletindo a movimentação de colaboradores que decidem deixar a organização por vontade própria. Segundo informações do Índice de Confiança Robert Half, com base em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do governo federal, a representatividade de saídas voluntárias no total de desligamentos entre profissionais qualificados, aqueles com formação superior completa e mais de 25 anos, foi de 39% em 2023.

 

Segundo a pesquisa, a maior parte das empresas (41%) experimentou um volume de turnover voluntário de menos de 5% em 2023. Cerca de 25% tiveram uma taxa de rotatividade entre 5% e 10%, enquanto 23% enfrentaram uma taxa superior a 10%. Os 11% restantes não souberam responder.

 

Na comparação com o ano anterior, quase metade das empresas (47%) relatou que o turnover em 2023 foi igual ao registrado em 2022; 24% observaram um aumento, sugerindo desafios na retenção de talentos; e 15% registraram uma redução. Entre os entrevistados, 14% preferiram não responder. 

 

“Encaro a rotatividade como uma oportunidade para oxigenar a companhia e agregar diversidade de ideias e de experiências aos negócios. O problema está nos extremos. Na minha percepção, o turnover não deve ser encarado pela ótica da redução, mas sim com o cuidado de que seja um índice saudável para organização”, analisa Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half.

 

Na visão do executivo, altas taxas de turnover tendem a gerar perda de conhecimento, prejuízos na qualidade das entregas e desperdício de investimentos em treinamento. Por outro lado, índices próximos de zero podem, em alguns casos, acobertar um cenário de comodismo.

 

PRINCIPAIS CAUSAS

As razões por trás das saídas voluntárias são diversas, mas a maioria expressiva (65%) aponta "melhores oportunidades em outras empresas" como o principal motivador. Em segundo lugar, 25% mencionam a "falta de oportunidades de crescimento na empresa", destacando a importância do desenvolvimento profissional. Para completar as três primeiras posições, 20% indicam “salários abaixo da média do mercado”. Abaixo a lista completa, sendo que os respondentes escolheram os três principais motivos:


MEDIDAS PARA LIDAR COM O TURNOVER

De acordo com os recrutadores entrevistados, as companhias estão atentas e adotando ou planejando medidas para manter um turnover saudável. As três principais ações são: implementação de programas de desenvolvimento de carreira (29%); melhorias nas condições de trabalho e no ambiente organizacional (26%); e oferta de benefícios mais atrativos (21%). A lista completa segue abaixo:
 

“Os índices de turnover não são apenas números, são reflexos de grande parte da saúde organizacional, por isso é fundamental compreendê-los, mas fato é: a primeira e melhor maneira de prevenir a perda de talentos passa por um processo de recrutamento bem executado. A estratégia de retenção deve começar com o alinhamento de expectativas já na sala de entrevista”, 

 

 

Foto: Shutterstock