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12/11/2024 - 00h00 Artigos

Uma longa viagem começa com um único passo

Não desperdice energia para estar sempre certo. Use-a para o bem, orienta Marcelo Madarász em sua coluna


 

 

Por Marcelo Madarász*

 

O título deste artigo é uma frase atribuída a Lao Tsé e há variações como “toda grande caminhada começa com um simples passo”, dita por Buda. Como estamos em um momento no qual qualquer coisa pode virar uma grande discussão, é de bom tom frisar que isso não é o mais importante, embora nos chame a atenção para um desafio cada vez maior atualmente e que nos alerta para não entrarmos em armadilhas.

 

É impressionante o número de pessoas dispostas a expressar suas opiniões e a legião de outras dispostas a manifestarem-se contrárias, iniciando, dessa forma, uma discussão, uma briga, uma guerra de opiniões. Os sociólogos e outros estudiosos do comportamento humano estão diante de um prato cheio para análise dos porquês que o ser humano caminhou para esse ponto de inflexão e de necessidade tão grande de se posicionar e acima de tudo de brigar com o outro. É o famoso “nós contra eles”, situação em que tudo leva a crer que sairá do nada para chegar a lugar algum e sempre no perde, perde.

 

Não é por acaso que muitas pessoas acabam criando teorias e até lançando livros para falar da necessidade de se abrir mão de estar sempre certo. Circula nas redes sociais um pensamento atribuído agora à Sharon Stone: “Aos vinte e poucos anos, senti raiva. Nos 30, a inquietação tomou conta de mim. Nos 40, comecei a questionar tudo, e esse questionamento trouxe sofrimento. Mas aos 50, eu digo: ‘Faça o que quiser’ e sorrio. Não é egoísmo, é sobrevivência. Com o tempo, até a raiva se dissolve. Compreendi que carregar certas emoções é como permitir que nuvens escuras encubram a vida. E eu escolho o sol”.

 

Não por acaso, livro que fez muito sucesso, escrito por Mark Manson, A sutil arte de ligar o f*da-se, mostra que quanto mais nos importamos com todos os problemas da vida, maior o sofrimento. Isso exige identificar prioridades e ter uma vida melhor a partir dessa seleção.

 

Retomando o título do artigo, somos bombardeados diariamente, algumas dezenas ou centenas de vezes, por uma série de estímulos que, se mal interpretados, aumentam ainda mais o nosso sofrimento. Assistimos, lemos e vemos exemplos que em tese seriam grandes feitos. Isso dispara um gatilho interno da comparação e corremos o risco de nos sentirmos pequenos, ínfimos na comparação com o outro.

 

Comparações fazem parte do sofrimento humano e precisamos tomar muito cuidado com elas. Em algum ponto da história recente o propósito surgiu como um elemento a mais na arquitetura organizacional. Tema já discutido pela Filosofia, pelas religiões, agora é incluído no conjunto do que, do como e tenta responder o porquê. (What/ How/ Why).

 

Quando refletimos sobre propósito de vida, é comum pensarmos nos grandes feitos e em vidas grandiosas como a de Jesus, Buda, Gandhi, Martin Luther King, Mandela, Madre Teresa e outras que fazem parte dos nossos tempos. Fica difícil nos colocarmos à altura deles e, sendo muito sincero, desnecessário. A própria Madre Teresa disse: “Quem na estrada da vida acendeu pelo menos uma luz na hora escura de alguém, não viveu em vão”. Essa frase, além de profundamente libertadora, é um convite para que a adotemos como um lema diário. Ninguém pode nem precisa salvar a humanidade todos os dias, mas a pergunta é: no meu entorno, na minha família, entre os meus conhecidos e amigos, no meu ambiente de trabalho, entre meus liderados, o que eu posso fazer hoje para melhorar a jornada de alguém, aliviar algum peso ou sofrimento, praticar uma pequena boa ação, ajudar a alguém que está em busca de emprego, orientar uma pessoa que por um motivo ou outro está perdido ou com algum problema que para ele parece indissolúvel?

 

Muito recentemente, em um evento da empresa na qual exerço meu ofício, o tema era Responsabilidade Social e convidamos Wellington Adriano, empreendedor social que fundou o Instituto Hope Box. Ele nos emocionou a todos, quando contou como iniciou sua jornada, fazendo uma pergunta tão simples e profunda: “sabe aquelas crianças que recebem uma bola de futebol das suas campanhas de responsabilidade social? Eu fui uma dessas crianças e hoje estou aqui”.

 

O que ele compartilhou foi muito tocante e nos faz refletir sobre o que podemos fazer hoje, agora. Muita gente pode pensar que as ações de responsabilidade social são insuficientes para endereçar problemas tão profundos, mas a resposta vem novamente da Madre Teresa: “O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor”. Com essa frase, fica nosso convite para você praticar o bem, ainda que seja em pequenas doses diárias. Nossa jornada humana é longa!

 

*Marcelo Madarász é diretor de RH Latam da Parker Hannifin

 

 

 

Foto: Marcos Suguio

 

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