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26/06/2023 - 11h43

Discutindo a inteligência emocional como método de gestão

Falar de IE não é novidade, mas o tema ganha novos contornos no artigo do executivo de RH Augusto Nunes

 

 

Por Augusto Neves*

 

 

Se sob uma perspectiva mais ampla, as empresas têm navegado por um espaço de mudanças contínuas, lideranças responsáveis pela gerência de setores específicos, como é o caso da gestão de pessoas, não estão isentas dessa condição. Hoje, mudar é palavra de ordem para organizações alinhadas com o momento que vivemos, e esse pressuposto abre portas para novos modelos de gerenciamento e a própria relação com profissionais no cotidiano de trabalho. 

 

Entre tantas medidas que poderiam ser citadas, o conceito de inteligência emocional ganha força por inúmeras razões. Primeiro, não há como desconectar a vida pessoal à profissional, o que atribui muito mais complexidade a comportamentos, hábitos e atitudes conduzidas por colaboradores os quais, vale sempre lembrar, são humanos. Assim como os líderes, por sinal. 

 

A inteligência emocional, se aplicada diariamente, tem condições de ajudar o gestor a contornar entreveiros, lidar com situações demonstrando maturidade e sabedoria, bem como estimular um vínculo bem-vindo entre equipes. Não há dúvidas de que a base sustentadora para que companhias, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte, avancem com índices elevados de produtividade, é a boa condução dos protagonistas desse processo.  

 

MATURIDADE PARA GERIR, ANTECIPAR PROBLEMAS E ENCONTRAR SOLUÇÕES

De acordo com um estudo realizado pelo Indeed, entre as 12 habilidades de liderança mais valorizadas, a mencionada por 70% dos entrevistados foi o poder de incentivar e apoiar os funcionários no crescimento pessoal e no desenvolvimento de carreira. Apesar de extremamente bem-vinda, também é verdade que essa qualidade costuma ser testada com frequência no dia a dia empresarial, considerando circunstâncias e adversidades que fogem totalmente do controle de todos. Então, como se comportar e assegurar que as operações caminhem adequadamente?  

 

Ter inteligência emocional significa compreender seus sentimentos e os de pessoas ao redor, de modo a controlar impulsos, ponderar respostas e encontrar sempre o caminho da serenidade, mesmo em frente a cenários de incerteza. Serenidade, vale mencionar, que não deve ser confundida com omissão, mas sim uma postura de alinhar expectativas e trabalhar os ânimos. Em resumo, é sobre ir a fundo no que os profissionais pensam, com empatia e uma disposição atemporal para interagir e dialogar. 

 

A ausência de um olhar para o lado emocional, em contrapartida, pode ser refletida em efeitos nocivos à evolução da empresa. Sem essa capacidade de gerir e lidar com relacionamentos interpessoais, não há como construir uma cultura organizacional orientada à adaptação como uma filosofia comportamental. Pelo contrário, o resultado é uma empresa fragilizada e muito mais engessada.  

 

Para concluir, em tempos em que fomentar uma governança humanizada tem caráter prioritário entre organizações globais, habilidades emocionais demonstram um peso estratégico ainda maior. Por uma gestão que transcenda estimativas e parâmetros estáticos, desenvolver práticas de inteligência emocional é ressignificar, constantemente, o ser humano na rotina de trabalho, respeitando e reconhecendo o valor de todos, sem exceções.

 

 

*Augusto Neves é diretor de Gente e Gestão da Serede – Rede Conecta, empresa do Grupo Oi

 

 

Foto: Raphael Monteiro