12/11/2019 - 12h58
Qual é o superpoder da sua marca?
Experiência do colaborador deve ser gerida como a do cliente, diz Caio Infante em seu artigo
Por Caio Infante*
Construir uma marca forte que impulsiona os negócios não é tarefa fácil hoje. Você precisa ser altamente relevante para um consumidor em constante evolução, que também sofre com a falta de tempo e pouca atenção. Seus produtos e serviços devem ser distintos para se destacar no mar de mesmice de ofertas. E você não pode ficar parado - é preciso continuar inovando e fazendo avançar sua marca e seus negócios.
Qual é a única superpotência que qualquer líder de negócios deve desejar para expandir a marca e os negócios? Pessoas! Ter uma força de trabalho talentosa, alinhada com a visão, inspirada pela cultura, motivada a dedicar o máximo de seu tempo à organização todos os dias ajudará a trazer resultados melhores aos negócios e, o melhor, sustentáveis e de longo prazo.
O que isso tem a ver com marca?
Frequentemente, os líderes pensam na marca como uma manifestação externa do negócio por meio da identidade e das comunicações. Mas usar a marca internamente - dentro da empresa - para envolver seu pessoal pode ser uma verdadeira virada no jogo, que agrega um enorme valor aos negócios. Quando centenas (ou milhares) de funcionários adotam uma visão compartilhada da marca e agem no seu melhor interesse todos os dias, a marca é fortalecida e, portanto, o negócio também.
Aqui está uma sequência lógica simples de como funciona:
Marca -> Cultura -> Experiência do funcionário -> Experiência do cliente -> Resultados do negócio.
A marca ajuda a definir o motivo de sua existência como empresa; seu próprio objetivo e por que os funcionários acordam de manhã e estão animados para trabalhar todos os dias. Os valores e crenças da marca são traduzidos para a cultura ou "a maneira como fazemos as coisas aqui".
A cultura é essencial para a experiência dos colaboradores. É a maneira como eles são tratados e como eles tratam os outros, incluindo seus colegas de trabalho, parceiros, clientes e outros.
Os funcionários são responsáveis por definir, projetar e fornecer experiências aos clientes construídas com produtos e serviços que encantam os clientes. Eles precisam colaborar, inovar e executar incansavelmente para entregar.
Você pode ver claramente que a capacidade de uma marca de entregar seu objetivo aos clientes e ter sucesso depende em grande parte dos funcionários e de sua experiência, porque quando esse elemento é fraco, há um efeito dominó nos negócios.
Então, quais são as implicações dessa linha de pensamento?
Sem dúvida, a contratação de grandes talentos é uma prioridade, embora muitas empresas ainda estajam preocupadas somente em preencher vagas e não escolhere os melhores candidatos de fato. Como você trata o talento quando ele entra pela porta é tão importante quanto o processo de contratação.
As empresas com alta pontuação no engajamento dos funcionários são tão rigorosas com o gerenciamento ativo da experiência dos funcionários quanto com o gerenciamento ativo da experiência do cliente. Elas mapeiam a “jornada dos funcionários” da mesma maneira que mapeariam a “jornada dos clientes”. Determinam as etapas da jornada e fazem um levantamento dos pontos de contato dos funcionários em todas as etapas dentro da organização. Os grupos focais de funcionários ajudam a entender as necessidades em cada estágio. A marca, seus valores e suas crenças são usados para definir e projetar cada interação dos funcionários. O processo pode ser conduzido pelo RH, mas a Comunicação Interna e o Marketing devem se associar ao RH em várias etapas.
Há uma ênfase crescente na marca empregadora, o que significa que você deve desenvolver e gerenciar a marca da empresa aos olhos dos funcionários atuais e potenciais. Hoje, os funcionários são muito mais cuidadosos e cautelosos com a reputação das empresas em que ingressam. Eles precisam da garantia e confiança de uma marca empregadora que entregue e sustente suas promessas.
Os objetivos de todos esses esforços são usar a marca para atrair, engajar e reter os principais talentos para obter vantagem competitiva e turbinar os números do negócio.
*Caio Infante é gerente geral para América Latina da TMP WorldWide
Foto: Divulgação