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27/02/2024 - 14h38

Para 23% dos profissionais, usar IA generativa no trabalho é condenável, segundo pesquisa global

Falta de orientação das empresas sobre a utilização tem criado divergências e aumentado os riscos

 

 

 

Uma nova pesquisa divulgada pela Veritas Technologies, empresa de gerenciamento e proteção de dados, mostra que a utilização de inteligência artificial (IA) generativa no trabalho está criando uma divisão entre os funcionários e, ao mesmo tempo, aumentando o risco de exposição de informações confidenciais. O levantamento foi feito pela agência de pesquisa de mercado 3Gem em dezembro, com 11.500 funcionários de empresas instaladas em 11 países, entre eles o Brasil.

 

Mais de 70% dos profissionais entrevistados reconhecem utilizar ferramentas como o ChatGPT no trabalho. Na outra ponta, 23% não só não a usam como pensam que a utilização pelos seus colegas é errada e deveria haver redução do salário por isso.

 

Entre os usuários, a pesquisa trouxe um alerta importante: 31% admitiram inserir na ferramenta informações potencialmente confidenciais, como detalhes de clientes, informações de funcionários e finanças da empresa.

 

A atitude provavelmente se deve ao fato de 61% não reconhecerem que essas informações podem vazar publicamente e 63% não entenderem como isso poderia fazer com que suas organizações entrassem em conflito com os regulamentos de conformidade de privacidade de dados.

 

DIRETRIZES E POLÍTICAS

Embora 56% dos profissionais afirmem que utilizam ferramentas generativas de IA pelo menos uma vez por semana, 28% não as utilizam de todo, o que pode ser atribuído à falta de alguma orientação dos empregadores sobre o que é aceitável e o que não é.

 

Para 90% dos participantes da pesquisa, as diretrizes e políticas sobre o seu uso são importantes e 77% desejam recebê-las de seus empregadores. As principais razões são: para saber como utilizar as ferramentas de forma adequada (68%), para reduzir o risco (43%) e criar condições de concorrência equitativas no local de trabalho (25%). No entanto, apenas 36% das empresas fornecem instruções de utilização obrigatória.

 

“Sem a orientação dos líderes sobre como ou se utilizar a IA generativa, alguns funcionários estão usando-a de maneiras que colocam suas organizações em risco, mesmo que outros hesitem em usá-la e se ressintam que seus colegas o façam. Nenhuma das situações é ideal. As organizações podem enfrentar violações de conformidade regulamentar ou perder oportunidades de aumentar a eficiência de toda a sua força de trabalho. Ambas as questões podem ser resolvidas com diretrizes e políticas eficazes de IA generativa sobre o que está certo e o que não está”, assinala Gustavo Leite, vice-presidente para América Latina da Veritas Technologies.

 

Todo esse cenário apresenta pelo menos dois resultados negativos: primeiro, aumenta o potencial de conflitos internos entre os funcionários, já que 53% afirmaram que alguns funcionários que utilizam IA generativa têm uma vantagem injusta sobre aqueles que não o fazem. Em segundo, os funcionários que não utilizam a ferramenta estão deixando de aumentar sua eficiência. Exemplo disso é que aqueles que usam disseram se beneficiar de: acesso mais rápido à informação (48%), aumento da produtividade (40%), automatização de tarefas corriqueiras (39%) e geração de novas ideias (34%), entre outros

 

“A mensagem é clara: desenvolver cuidadosamente e comunicar claramente diretrizes e políticas sobre o uso apropriado de IA generativa e combinar isso com o conjunto certo de ferramentas de governança e conformidade de dados para monitorar e gerenciar sua implementação e aplicação contínua. Seus funcionários agradecerão e sua organização poderá aproveitar os benefícios sem aumentar o risco”, conclui Gustavo.

 

 

 

 

Foto: Shutterstock