 
 30/10/2025 - 16h28
Profissionais experientes, mas com pausa na carreira, são ignorados pelos algoritmos, alerta especialista
Para CEO da Be Back Now, empresas precisam de um olhar mais humano para quem tem jornada não linear
Um desafio vem se intensificando nos processos seletivos: filtros automatizados acabam deixando de lado perfis profissionais com trajetórias não lineares, ou seja, aqueles que passaram por uma pausa em suas carreiras. No entanto, muitas vezes, essas pausas representam experiências diversas que ainda não são levadas em conta, mas são valiosas para a performance das empresas. Quem faz o alerta é A Tetê Baggio, CEO e fundadora da startup Be Back Now.
“Os algoritmos, embora criados para agilizar e tornar as seleções mais objetivas, têm gerado um efeito de exclusão de profissionais altamente qualificados que viveram pausas ou transições em suas carreiras. Mas isso não significa que tenham sido programados para essa barreira, na verdade, ainda não há no Brasil a consciência de valorização de experiências e jornadas mais diversas e não lineares”, explica.
São pessoas que deram um tempo na carreira para empreender, estudar, cuidar de familiares ou viver experiências transformadoras, o que, frequentemente, segundo ela, é compreendido como uma lacuna no currículo. A Be Back Now, conta, nasceu justamente para reconectar esses profissionais ao mercado e apoiar empresas que desejam inovar na gestão de talentos. “Num primeiro momento, mais emergencial para não ficarmos atrás de como atuam os recrutadores ao redor do mundo, acredito na tentativa de humanização desse processo com vagas positivas para quem está em processo de reentrada no mercado de trabalho. Num plano a mais longo prazo, assumimos como desafio tornar a tecnologia, que hoje invisibiliza, em uma aliada dessa diversidade”, afirma Tetê.
Ela acredita que a reinserção de profissionais com percursos diversos representa uma vantagem competitiva para empresas que buscam inovação e equilíbrio em seus times. “As organizações que compreenderem o valor desses profissionais sairão à frente. É indispensável criarmos mecanismos que sejam capazes de replicar a profundidade humana que nasce das pausas, das mudanças e das reinvenções”, afirma a especialista que já passou por três pausas e reinvenções em sua própria carreira. Para ela, a pluralidade de percursos amplia a capacidade de resolução de problemas, estimula empatia entre os colaboradores e contribui para decisões mais equilibradas e humanas.
Foto: Shutterstock
 
 


