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27/07/2023 - 11h26

Confiança é a base para atrair, engajar e reter talentos

Executiva global de RH da Cipher, Rose Diz Luiz fala do desafio de uma gestão de pessoas internacional

 

 

 

Por Rose Diz Luiz*

 

 

Desenvolver e manter times de alta performance não é uma tarefa simples para a área de RH, especialmente no setor de Tecnologia, que atravessa um longo período de carência de profissionais qualificados. Estudos de mercado recentes apontam que, até 2025, o Brasil terá uma defasagem de 530 mil profissionais de tecnologia. Nesse cenário, atrair e reter talentos vai muito além da oferta de salários e benefícios competitivos.

 

O trabalho híbrido segue na preferência dos profissionais da área, levando as companhias a refletirem sobre como se fazer presentes no dia a dia dos colaboradores, mantendo-os comprometidos, engajados e com foco nos resultados, apesar da distância física, e com isso garantirem um bom clima organizacional e a satisfação das pessoas em prol da continuidade dos negócios.

 

Ao assumir gestão global da área de People da Cipher, fui desafiada a desenvolver estratégias inovadoras de gestão de pessoas, para uma operação distribuída geograficamente em quatro países na Europa, América do Norte e América do Sul, abrangendo diferentes idiomas, culturas, legislações e até mesmo fusos horários.

 

RH MODERNO

Inspirada no pensador contemporâneo Patrick Lencioni, adotei uma política de gestão de pessoas baseada em confiança e responsabilidade mútua entre a empresa, na figura da liderança na maioria das ações empregadas, e seus liderados, que resultou em processos seletivos bem-sucedidos e significativa redução no turnover no Brasil. Esse modelo chamou a atenção do board da companhia para ser adaptado à operação global e, com o apoio de ferramentas colaborativas e medidores de desempenho, foi possível consolidar uma operação descentralizada com times integrados e coesos.

 

Lencioni é o autor do conceito da Pirâmide de Liderança, na qual confiança é a base, seguida por conflito saudável, comprometimento, responsabilidade e, finalmente, resultados. Considerado um grande influenciador da gestão moderna, ele argumenta que a confiança é fundamental para o sucesso das equipes e por isso a importância de construí-la desde o primeiro dia do colaborador na empresa. Assim, com essa relação construída em alicerces sólidos, líderes devem encorajar o conflito saudável em favor do comprometimento genuíno com as decisões. Suas ideias têm sido adotadas por lideranças e organizações de todo o mundo, na construção de equipes de alto desempenho.

 

O PAPEL DAS LIDERANÇAS

Nesse modelo de trabalho globalizado, as lideranças são peças-chave para o engajamento das equipes. Cabe aos líderes fortalecerem os elos de confiança com seus liderados, multiplicando a cultura da companhia no dia a dia das operações, compartilhando feedbacks e identificando possíveis pontos de desenvolvimento ou vulnerabilidades individuais. E isso se torna um pouco mais fácil quando essa liderança está preparada para liderar equipes multiculturais e de gerações diferentes, sendo temas que precisam ser pauta de desenvolvimento dos líderes atuais.

 

Outra tendência que vem sendo cada vez mais observada é a humanização das relações de trabalho e a preocupação com a saúde física e mental dos colaboradores, o que faz com que as lideranças estejam aptas e atentas para além das tarefas e entregas. Nesse sentido, é função do líder exercer a empatia, buscando identificar e/ou entender “a dor do outro”, e apoiar a resolução de problemas que possam interferir no desempenho coletivo.

 

Uma das ênfases do nosso modelo de gestão de pessoas é o contínuo desenvolvimento profissional, atividade que também requer o empenho das lideranças para que as equipes estejam constantemente capacitadas e atualizadas para os desafios de uma operação dinâmica e adaptada a um mundo multiconectado, inclusivo e colaborativo.

 

 

*Rose Diz Luiz é diretora global de Pessoas da Cipher, empresa do Grupo Prosegur

 

 

Foto: Divulgação/Cipher