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10/09/2021 - 11h32

O futuro do RH já começou

Para a competitividade das empresas, RH precisa ter a tecnologia como alicerce, diz executivo da SAP

 

 

Por Marcus Vinicius Almeida*

 

Não foi por causa da pandemia que Recursos Humanos ganhou protagonismo nas organizações. Chegou aonde está hoje em um processo que se desenrola há décadas e continuará em evolução. Voltando no tempo, quando foi criada, a área, o então chamado Departamento Pessoal, tinha dois papéis: fazer a interface com os sindicatos e garantir que o negócio ficasse o menos possível exposto a riscos trabalhistas. Hoje, essas funções continuam a ser exercidas, mas como uma parte da extensa lista de atribuições que, como área estratégica, passou a ter.

 

A sociedade evoluiu, surgiram novas demandas sociais e as empresas que não acompanham as transformações, perecem. Está muito claro que, para o desenvolvimento e competitividade dos negócios, o ambiente corporativo e a jornada do colaborador – antes, durante e depois da contratação – têm que ser muito bem cuidados.

 

Mas para fazer isso de maneira assertiva e dinâmica, a área precisa estar alicerçada sobre o pilar da tecnologia. Por isso, o RH tem trabalhado cada vez mais em parceria com a de área de Tecnologia e se instrumentado com soluções de mercado para prover a informação na velocidade que o negócio precisa.

 

Claro que não dá para generalizar. Mesmo dentro de um setor econômico, as empresas apresentam diferenças – às vezes, grandes diferenças – nas suas características, culturas, crenças e limitações. Em comum, todas têm o desafio de gerir melhor as pessoas e, para isso, a tecnologia é uma parceira indispensável.

 

Um exemplo está na questão da diversidade e inclusão do quadro de colaboradores, muito difundida nas organizações. Como criar, por exemplo, um plano de incentivos e benefícios para atender a um público interno diversificado se não houver tecnologia disponível?

 

E a pandemia deixou latente que a área de RH não estava suficientemente instrumentada. A repentina necessidade de trabalhar remotamente acelerou, e muito, a adoção de métodos digitais para que as organizações pudessem manter sua operação. A digitalização de assinatura de documentos, que era um grande tabu, passou a ser a única opção. Todos os RHs tiveram se adaptar a muitas mudanças que devem permanecer daqui para a frente.

 

Um exemplo claro é a rotina diária de deslocamento pendular – as pessoas saem para trabalhar de manhã e voltam para casa à noite. Muitas estão saindo dos grandes centros para morar no interior, onde conseguem trabalhar de forma remota, com mais prazer e a mesma produtividade, assim como muitas empresas estão remodelando seus escritórios para se adaptar aos novos tempos. Mas a necessidade de atrair os melhores talentos, manter a força de trabalho motivada, com a saúde mental em dia e, com o seu desempenho medido e avaliado, essas permanecerão.

 

Será que você conhece os verdadeiros motivos pelos quais a sua força trabalhadora continua na empresa? Entende realmente por que eles trabalham oito ou mais horas por dia e se dedicam com criatividade adicional em prol dos resultados? Você tem certeza de que o propósito e as metas estão alinhados com o que as pessoas pensam?

 

Isso só é feito se tivermos Recursos Humanos olhando como realmente aportar valor do negócio e usando a tecnologia em seu benefício. RH não pode mais ser um silo dentro da empresa.

 

 

*Marcus Vinicius Almeida é vice-presidente de SuccessFactors da SAP Brasil

 

Foto: Divulgação/SAP