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Publieditorial

06/09/2023 - 10h00

Para transformar o mundo é preciso abraçar a diversidade, diz executiva da Red Hat

Em visita ao Brasil, Shuchi Sharma, líder de DE&I, explica como políticas afirmativas podem transformar a indústria


“Tomadores de decisões são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento de culturas inclusivas e diversificadas no mercado tecnológico”. Essa é a avaliação de Shuchi Sharma, líder de DE&I (Diversity, Equity and Inclusion) da Red Hat. Com mais de 20 anos de experiência na promoção de políticas e programas de capacitação de profissionais, a executiva considera que a transformação cultural de organizações ocorre de maneira holística, por meio da troca aberta entre diversos departamentos. No entanto, apenas em empresas que propiciem espaços e momentos para o compartilhamento de vivências.  

 

Em sua segunda visita ao Brasil, a porta-voz de diversidade e inclusão conversou com exclusividade com a Gestão & RH sobre os benefícios e desafios de implementar políticas de DEI em organizações brasileiras e sulamericanas. Em sua visão, o tema ganhou ainda mais importância após a morte do norte-americano George Floyd, em 2020, evento que fez com que não apenas empresas americanas e europeias, mas de todo o mundo, se perguntassem: “como evitamos que uma tragédia dessas se repita?”. Para Sharma, a fatalidade estadunidense, junto com o aumento da presença dos conceitos ESG no mercado global, fez com que práticas de inclusão e políticas afirmativas deixassem de ser um discurso para se tornar ações concretas. 

 

“Se você não se parece em nada com o seu consumidor, como pode representá-lo no mercado? Se não existe essa política de diversidade dentro da empresa, de que forma você saberá que está no caminho certo, de que seus produtos e serviços atendem às demandas sociais e, sobretudo, às necessidades dos negócios? Em outras palavras, DEI é mais do que uma maneira de introduzir novos valores na cultura empresarial: apresenta-se como uma metodologia inclusiva para aumentar a competitividade e precisão de organizações de maneira legítima e autêntica”, explica a executiva. 

 

Além de desenvolver programas afirmativos e iniciativas ligadas à diversidade, como a formação de líderes femininas e a criação de comitês de ética, um dos grandes méritos do DEI é mitigar vieses, especialmente nos processos seletivos. “Durante um processo seletivo, por exemplo, será que o setor de RH está atento às necessidades dos candidatos? Se sou um cadeirante ou uma gestante, a equipe terá o cuidado de me proporcionar os meios adequados para a realização da entrevista?”, complementa. 

 

Sharma avalia que é preciso usar a tecnologia a favor dessas transformações de cultura, mas alerta que se deve treiná-la de maneira adequada. “Hoje em dia, o mundo do trabalho está repleto de ferramentas e processos de tecnologia, sobretudo, algoritmos, o que representa uma oportunidade para promover a diversidade dentro das empresas. É preciso utilizar essas soluções com inteligência e capacitá-las como vetores de equilíbrio e não catalisadores de desigualdades. A Inteligência Artificial pode ser um player importante para repaginar empresas, desde que seja bem treinada”, explica. 

 

Na Red Hat, a diversidade de ideias é um aspecto fundamental para o desenvolvimento de softwares e inovações. Prova disso é que seu modelo de negócios se baseia no trabalho conjunto entre comunidades desenvolvedoras que representam milhares de vozes dentro do setor de tecnologia. Essa cultura colaborativa e aberta permitiu que a empresa se tornasse uma das referências em inovação e que valorizasse ainda mais a opinião de profissionais e colaboradores ligados à tecnologia. 

 

“Avalio que o grande segredo de nosso negócio está, justamente, em estar aberto à escuta e ao desenvolvimento de distintos grupos que têm muito a dizer e, certamente, fazem a diferença no contexto da tecnologia. Assim, para o open source transformar o mundo, é preciso que ele abrace a diversidade diariamente e torne essa prática perene”, finaliza