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Publieditorial

11/11/2022 - 10h06

Mudança de mentalidade organizacional a partir de lifelong learning

É fundamental que as empresas implementem e disseminem o conceito, diz Mauricio Pedro, do Senac SP

 

Por Maurício Pedro*

 

A discussão sobre a velocidade das transformações no mundo do trabalho não é nova, mas a pandemia intensificou os debates sobre como aumentar a competitividade empresarial. O mercado pede, mais do que nunca, a evolução de práticas e métodos para as companhias manterem-se lucrativas, mas sobretudo, vivas.

 

Quando refletimos sobre competitividade, a associação imediata está relacionada à infraestrutura e ao aparato tecnológico, mas o que deve estar no centro das atenções é o capital humano. São as pessoas que fazem a diferença nesse processo e, portanto, demandam apoio e investimento para que possam se aprimorar.

 

É fundamental que as empresas implementem e disseminem o conceito do desenvolvimento contínuo, pois em um mercado de alta concorrência, as companhias que investem em capacitações que visem o aprimoramento das habilidades técnicas e comportamentais têm muito mais chance de se manterem ativas e competitivas. Esse é o tipo de investimento que tende a reduzir o risco de defasagem tecnológica e de ineficiência, aumentando a probabilidade de melhorar a performance dos funcionários.

 

Portanto, o lifelong learning, expressão que pode ser traduzida como aprendizado ao longo da vida, ganha cada vez mais importância, já que os conceitos de aprendizagem contínua e empregabilidade estão diretamente ligados. Mas, sobretudo, reflete a capacidade humana de ser um aprendiz desde que nascemos e a habilidade adaptativa que nos torna seres incríveis.

 

Há pesquisas, inclusive, que endossam a importância do desenvolvimento das habilidades comportamentais e técnicas, chamadas também de soft skills e hard skills, respectivamente. De acordo com o levantamento da consultoria Page Personnel, realizado em 2020, que entrevistou 3.000 gestores de organizações em seis países da América do Sul, 59,7% dos entrevistados informaram que a demora em preencher uma vaga acontece porque os candidatos não possuem as habilidades sociais necessárias para ocupar a posição.

 

Além disso, há outros desafios pela frente, como o contexto de multiprofissões. Segundo o relatório anual do Fórum Econômico Mundial (WEF), The Future of Jobs, responsável por mapear empregos e habilidades do futuro, até 2025 a automação substituirá 85 milhões de empregos no mundo e haverá um novo direcional de trabalho, no qual a convivência entre máquinas, algoritmos e humanos criará 97 milhões de empregos.

 

Ganhos com o lifelong learning

Do ponto de vista das empresas, o aprimoramento constante torna as entregas cada vez melhores, alinhando os interesses daqueles que buscam atualizações na carreira. As organizações são agentes de mudanças sociais e a instauração da cultura de aprendizado gera legado.

 

É necessário, entretanto, fazer uma ressalva: usualmente as situações de aprendizagem em uma empresa acontecem em várias ocasiões, tanto formais como informais. Não se para de aprender, nunca. Contudo, uma abordagem do lifelong learning dever prever mudança de mentalidade organizacional e compreender uma perspectiva cultural de transformação, fomento e suporte a esse enfoque, ampliando assim a competitividade organizacional.

 

A implementação da cultura de aprendizagem contínua pressupõe fontes com credibilidade e competência técnica, oferta de treinamento e cursos para estimular técnicas e práticas alinhadas aos desafios da empresa acompanhamento da jornada de aprendizagem do colaborador e aplicação de feedbacks, realização de trabalho de inteligência de negócios, incentivo à troca de conhecimento entre as equipes (inclusive entre funcionários de diferentes níveis ocupacionais), entre outras ações.

 

Por fim, há de se considerar que o RH 4.0 chega para revolucionar a área de Recursos Humanos, substituindo atividades burocráticas e manuais por ações estratégicas. O que significa que a gestão de pessoas é central para a transformação digital e na criação de uma mentalidade de mudanças para inovação. Em síntese, é fundamental que haja clareza que o processo de aprendizagem é sempre infinito e permanente e que pode, inclusive, colaborar   para essa revolução tão desejada nos negócios.

 

 

*Maurício Pedro é gerente de Atendimento Corporativo do Senac São Paulo

 

Acesse: https://corporativo.sp.senac.br

 

 

Foto: Divulgação/Senac São Paulo