
02/06/2025 - 15h42
Troca de CEOs recua 21% no primeiro trimestre do ano, segundo a Russell Reynolds
Estudo global sobre movimentação de executivos aponta que 2024 foi ano recorde na rotatividade no alto escalão
O estudo Índice Global de Rotatividade de CEOs da Russell Reynolds, empresa global de recrutamento, consultoria e desenvolvimento de lideranças, aponta que a rotatividade de CEOs caiu 21% no primeiro trimestre de 2025. Após um ano recorde em substituições de executivos-chefes em 2024, o resultado de janeiro a março reflete que as empresas estão priorizando a estabilidade na liderança para garantir continuidade estratégica e operacional. As saídas de CEOs por planejamento sucessório aumentaram de 21% para 28%, indicando um avanço nas trocas de liderança realizadas de forma programada.
"Este início de ano mais estável é um reflexo do ambiente de incerteza, em que mudanças constantes no alto escalão aumentam os riscos operacionais e estratégicos, gerando instabilidade. Além disso, é um indicativo de que os Conselhos de Administração têm investido mais em planejamento sucessório, priorizando transições mais estruturadas e menos repentinas", afirma Flávia Leão, sócia-diretora da Russell Reynolds e country manager da empresa no Brasil.
Para a elaboração do estudo, foram analisadas 1.822 empresas listadas nas principais bolsas de valores globais
DESIGUALDADE DE GÊNERO
O estudo revelou um avanço na presença feminina no alto comando corporativo. No primeiro trimestre de 2025, 13% das nomeações de CEOs foram de mulheres, quase o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior, quando apenas 7% das indicações eram do sexo feminino. Em 2024, elas representaram cerca de 11% de todas as nomeações.
A pesquisa também aponta que as executivas têm uma probabilidade significativamente maior de deixar o cargo em comparação aos homens. Quase um quarto (24,1%) das mulheres nessa posição deixa o posto em até dois anos após a nomeação, mais do que o dobro da taxa observada entre os homens, e têm quatro vezes mais chances de permanecer por menos de 12 meses na função.
"Mesmo com o crescimento da presença feminina em cargos de CEO, ainda estamos longe da equidade que, neste ritmo, só será alcançada em 72 anos. Por isso, é fundamental que empresas e Conselhos de Administração assumam papel ativo na promoção da equidade de gênero. Isso inclui revisar e estruturar o planejamento sucessório, além de oferecer suporte contínuo às líderes. A transformação cultural dentro das organizações é essencial para garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades de sucesso e investir no desenvolvimento de lideranças femininas é uma estratégia indispensável para o futuro corporativo", analisa Flávia.
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