
29/05/2025 - 11h22
People Analytics já impacta a retenção de talentos em 67% das empresas
Empresas planejam ampliar o uso e investir em modelos preditivos para decisões mais assertivas
A análise de dados chegou ao coração do RH. De acordo com a amostra mais recente da pesquisa HR Strategy, desenvolvida pela LG lugar de gente em parceria com a Mercer, 67% das empresas que utilizam People Analytics já percebem impacto direto na retenção de talentos e redução da rotatividade. O dado é animador: mesmo com a adoção ainda limitada, o recurso passou a ser um fator determinante na tomada de decisão relacionada a pessoas.
“O RH vive uma transformação profunda: deixou de ser uma área de suporte para se tornar um agente estratégico, diretamente envolvido nas decisões mais relevantes da companhia”, afirma Felipe Azevedo, CEO da LG lugar de gente. Hoje, o uso de People Analytics está focado na compreensão de padrões de comportamento (60%) e na identificação de perfis de liderança eficazes (37%). Também se destacam as iniciativas voltadas à capacitação mais direcionada (37%) e ao aumento do engajamento e satisfação dos colaboradores (36%).
A expectativa para o futuro é ambiciosa: 57% das empresas planejam expandir o uso da análise de dados para toda a organização, enquanto 55% já se preparam para desenvolver modelos preditivos — ou seja, ferramentas capazes de antecipar comportamentos e apoiar decisões com base em dados históricos. “Modelos preditivos ajudam a prever riscos de desligamento, medir o engajamento e até projetar o desempenho dos líderes. Isso se traduz em decisões mais rápidas, mais precisas e com menor margem de erro. Estamos em uma nova era de People Analytics”, complementa.
POR OUTRO LADO…
Apesar de boas perspectivas, ainda existem obstáculos. O estudo aponta uma lacuna entre o potencial da tecnologia e o uso real no dia a dia, o que continua sendo um desafio para os times de RH. Entre as empresas que usam análise de dados – apenas 9% não utilizam nenhuma forma –, 27% dependem de planilhas em Excel e 23% operam com funcionalidades limitadas nos sistemas atuais.
A falta de ferramentas e tecnologias adequadas (44%), o déficit de habilidades analíticas nas equipes de RH (43%) e a dificuldade para acessar dados relevantes (35%) seguem como os três principais desafios. “Quando uma solução é pensada para facilitar a rotina de quem a utiliza, ela deixa de ser um obstáculo e passa a ser um motor de transformação. A tecnologia deve aproximar as pessoas das decisões — e não o contrário”, destaca Felipe.
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