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01/04/2024 - 11h50

Estudo internacional mostra apoio das lideranças às mulheres quando o assunto é menopausa

Para consultora da Korn Ferry, resultados apontam quebra de paradigma sobre os homens

 

 

A consultoria Korn Ferry, em parceria com a Vira Health, empresa de saúde digital, realizou uma pesquisa no Reino Unido, Estados Unidos e Austrália com mais de 8.000 mulheres para compreender melhor como a menopausa influencia e é gerenciada no ambiente de trabalho. O estudo Compreendendo o Papel da Menopausa no Trabalho e nas Carreiras tem como objetivo obter insights mais aprofundados sobre a relação entre as experiências de mulheres nesse período, avaliando que, atualmente, estão vivenciando ou que já vivenciaram essa passagem natural dos hormônios durante a vida profissional ativa.

 

O estudo foi motivado em razão de uma recente projeção de que, até 2025, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo inteiro terão de lidar com a menopausa, segundo o National Institute on Aging (NIA).

 

O primeiro destaque dos dados está na semelhança de resultados das pessoas que relataram apoio sobre esse ciclo por meio de suporte da gerência. O resultado foi que os níveis de apoio percebidos da parte dessas lideranças femininas ou masculinas foram praticamente iguais (37% mulheres e 35% homens, respectivamente).

 

Adriana Rosa, sócia e líder da prática de transformação da consultoria Korn Ferry, pontua que esse dado pode direcionar para uma quebra de paradigma sobre a rede de apoio ser totalmente feminina. "Um ponto que nos chamou a atenção é que independentemente do gênero, o apoio oferecido por seus líderes tenha efeito igualmente relevante. Isso é um ponto de atenção que a pesquisa traz sobre empatia no mercado de trabalho e pode ser base para estudos em equidade, aprimoramentos na aquisição e retenção e desenvolvimento de talentos", conta.

 

Apesar disso, a maioria das entrevistadas que afirmou ter discutido (ou estar dispostas a discutir) sua experiência com a menopausa com a gerência direta demonstrou uma preferência significativa por uma gestão feminina, com 46%, em comparação com uma gestão masculina, com 33%.

 

SUPORTE INTERNOS

A criação de uma rede de apoio seja com programas, ouvidoria ou outras maneiras é uma das formas de colaborar e compreender a menopausa. Sendo assim, a amostra identificou que a maior fonte de suporte veio fora do mundo corporativo: 39% das entrevistadas relataram ter amparo social fora do trabalho para suas necessidades relacionadas à menopausa, ao passo que apenas 26% disseram ter recebido um incentivo de políticas e programas formais na empresa.

 

Ainda assim, outro dado mostra sobre o suporte interno, com amizades de colegas da empresa. A maioria das entrevistadas (70%) afirmou que os diálogos sobre a menopausa eram tidos com seus próprios colegas de trabalho; aproximadamente 27% das conversas eram direcionadas à gerência sênior e, somente cerca de 37%, eram bate-papos com colaboradores do RH sobre suas experiências.

 

"Quando notamos que apenas 37% das mulheres tiveram conversas sobre o tema com RH, que é o principal espaço de pluralidade, apoio e incentivo, desperta-nos uma curiosidade. Será que Recursos Humanos poderia ser mais sensível ao tema e se tornar um espaço de acolhimento natural e bem-preparado para essas ações? Ou será que por tabu não se parou para pensar sobre a importância desse grupo na dinâmica organizacional?”, questiona Adriana. Ela sugere trazer mais luz sobre o entendimento da demografia da empresa, uma comunicação mais assertiva e fortalecer uma cultura inclusiva, criando programas mais estruturados de diálogo, reflexão e apoio, que sejam mais personalizados.

 

 

Foto: Shutterstock