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05/05/2023 - 11h13

Apenas 37% dos profissionais se sentem seguros em discordar de seus líderes

Resultado de estudo revela insegurança psicológica no ambiente corporativo

 

 

Uma pesquisa realizada por Ana Tomazeli, CEO do Ipefem – Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas, com mais de 200 participantes, mostra que apenas 37% dos profissionais se sentem totalmente seguros para discordarem da sua liderança no ambiente de trabalho. Já 63% manifestaram alguma ressalva ou receio de se posicionar quando discordam da liderança.

 

Os números refletem a insegurança psicológica dos ambientes corporativos. A pesquisadora Amy C. Edmondson, em seu livro The Fearless Organization (Organizações Sem Medo) define segurança psicológica como "a crença de que o ambiente profissional é seguro para assumir riscos interpessoais". Ou seja, seguro o suficiente para não haver uma demissão, mas, também, para coisas mais simples, como não ouvir uma piada ou um deboche que expõe a sua pergunta ao ridículo, por exemplo.

 

“Você se sente confortável no seu trabalho para dividir um diagnóstico de saúde mental que vai impactar sua entrega no curto prazo? Você acha que o seu emprego está garantido, mesmo que você manifeste uma discordância em relação a algumas orientações da empresa? Se você respondeu ‘não’ a uma dessas perguntas, é bem provável que esteja vivendo em um ambiente profissional de pouca ou nenhuma segurança psicológica” exemplifica Ana, para quem a segurança psicológica deveria ser algo não negociável.

 

Por outro lado, as culturas corporativas incentivam – pelo menos com palavras – que as pessoas questionem, deem ideias e falem a verdade. Mas a realidade das relações permite isso? Essa é a indagação da psicanalista.

 

“Em um país onde os casos de ansiedade e burnout não param de crescer, precisamos de mais espaços para conversar sobre esse assunto. Saber o que acontece hoje no mercado de trabalho é poderoso. Conhecer os dados, entender as possibilidades e conseguir agir através da segurança psicológica”, finaliza Ana.

 

 

Foto: Shutterstock