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13/03/2023 - 11h37

Quase 50% das demissões foram voluntárias em 2022, de acordo com levantamento

Engajamento do colaborador pode ser regenerativo se houver escuta contínua, diz Renato Navas, da Pulses

 

 

O Brasil encerrou 2022 com mais de 1,8 milhão de desligamentos e um estoque negativo de 431 mil empregos, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os números do governo federal refletem um grande problema das organizações: a rotatividade de profissionais. Pesquisa realizada pela Pulses, HR tech adquirida recentemente pela Gupy, empresa de soluções para R&S e T&D, apurou que, em 2022, quase metade (48,39%) das saídas de funcionários nas empresas foram voluntárias – um aumento considerável na comparação com 2021, quando apenas cerca de 10% das saídas foram a pedido dos profissionais.

 

Por meio de análise de dados, a HR tech apontou os principais motivos que ocasionaram a saída voluntária dos profissionais de seus empregos no último ano. São elas: senso de realização; disposição física; identificação com a história, missão e visão da empresa; condições de trabalho; e felicidade no trabalho. Os resultados reforçam a relação entre rotatividade e o engajamento dos colaboradores.

 

"O engajamento do colaborador com a empresa pode ser regenerativo desde que haja uma escuta e uma intervenção contínua sobre os principais aspectos que o impactam. O foco deve ser na geração da reciprocidade: contribuir para a geração de valor do colaborador olhando para aspectos que impactam seu engajamento e, ao mesmo tempo, observar a contribuição deste para os resultados da organização. Não existe relacionamento sem reciprocidade", afirma Renato Navas, cofundador e head de People Success da Pulses.

 

Ele explica que a estratégia de escuta contínua contribui para ter um quadro mais fiel do engajamento e, com isso, elaborar estratégias para solucionar os problemas que estão causando a queda no envolvimento do colaborador com a empresa. "Tradicionalmente, as pesquisas de clima são realizadas com uma periodicidade anual ou bianual, mas a vivência de uma empresa não pode ser mensurada em um único registro. Se a escuta não é feita continuamente, o que se tem é apenas uma foto e não uma percepção de um todo, como seria um filme", orienta Renato.

 

A partir de dados semanais gerados em pesquisas, a Pulses, através do uso de inteligência artificial, prevê o risco de saída voluntária, classificando em alto, médio ou baixo, aponta os motivos e sugere ações para que a liderança possa agir. Cesar Nanci, CEO da Pulses, acredita que essa funcionalidade de predição e diagnóstico da saída voluntária é um divisor de águas para os gestores, pois ajuda em um dos maiores custos da empresa: a perda de talentos. “Esses custos vão muito além das perdas visíveis de uma reposição, mas tudo que se perde na saída de um talento: conhecimento, histórico, contexto, cultura, moral do time, resultados futuros e muito mais", finaliza.

 

Foto: Freepik