Notícia

Gestão de Pessoas

10/06/2025 - 19h14

Além do crachá: como fortalecer a performance dos colaboradores

Líderes têm a responsabilidade de entender o que afeta o profissional, dentro e fora da empresa

 

 

Queda do engajamento, redução nos resultados e desafios de comunicação no trabalho são sinais que nem sempre estão ligados apenas ao ofício, podem estar relacionados à vida pessoal dos trabalhadores, refletindo no desempenho individual. Encontrar o equilíbrio entre as duas realidades não precisa ser desafiador, mas isso depende, em parte, do envolvimento das empresas e lideranças.

 

Deixar essa reflexão de lado afeta, além da performance, a retenção de talentos. De acordo com um levantamento do ManpowerGroup, consultoria de soluções para RH, 40% das pessoas dizem que a flexibilidade de horários é um dos três principais fatores na tomada de decisão sobre um emprego. Outro estudo, este da Right Management, mostra que 45% dos entrevistados classificam equilíbrio entre vida pessoal e profissional como o principal objetivo da sua carreira. Ou seja, não se atentar a isso pode prejudicar a trajetória do talento na companhia. Muito do aumento ou da redução da performance pode estar relacionado à vida pessoal desse trabalhador. Fatores externos, como redes sociais, consumo alto de notícias, informações excessivas e um mundo conectado a todo instante também podem ter efeitos no seu desenvolvimento.

 

"Líderes têm a responsabilidade de identificar causas e procurar entender o problema para traçar estratégias inteligentes de resolução. Para ter equipes com boa performance, é necessário construir um relacionamento de confiança, comunicação e orientação. Ouvir o que o colaborador tem a dizer, fortalecer o diálogo frequente, alinhar prazos saudáveis e considerar imprevistos são algumas das medidas possíveis", comenta Wilma Dal Col, diretora de RH do ManpowerGroup.

 

Quando se fala em flexibilização do trabalho, outro fator precisa ser mencionado: modalidade. Segundo a pesquisa Barômetro Global de Talentos 2024 do próprio ManpowerGroup, profissionais remotos ou híbridos são os que mais apontam equilíbrio entre vida e trabalho (72%) e têm mais probabilidade de dizer que confiam no seu líder.

 

"Pensar nos modelos de trabalho também é falar de performance, dado que cada modalidade tem desafios diferentes que impactam o bem-estar da equipe. O importante é que os empregadores analisem as estratégias e priorizem o que vai trazer mais satisfação, engajamento e rendimento", comenta Wilma.

 

Para Wilma, o trabalho a distância pode entregar eficiência e relações de confiança na mesma medida que o presencial, e empresas que tiverem essa possibilidade devem considerá-la em prol do bem-estar e da durabilidade das carreiras na empresa.

 

Para os segmentos do mercado que não têm essa chance, outras medidas podem ser tomadas, como realizar comunicações internas que incentivem o diálogo com líderes, criar ações e eventos de engajamento e descontração no trabalho, determinar momentos de pausas durante o expediente, entre outros.

 

"Observar o bem-estar dos profissionais é também olhar para o crescimento da empresa, dado que um colaborador satisfeito e com uma rotina equilibrada contribui para resultados positivos. Organizações que souberem implementar estratégias visando a performance, sem deixar de lado o capital humano, podem fortalecer o sucesso do negócio", complementa a executiva.

 

 

Foto: Shutterstock