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Gestão de Pessoas

29/09/2022 - 11h02

Escola de negócios Fuqua propõe mobilização das empresas para reduzir a polarização

Projeto Diálogo busca potencializar o papel dos negócios na melhoria do debate público

 

 

 

O Brasil é hoje um ambiente de polarização. Nas ruas, universidades, empresas, lojas e mesmo locais de lazer, o clima tem ultrapassado o limite do confronto de ideias e ideais para ganhar contorno de campos de batalha. Um clima que se intensifica no período de eleições presidenciais. Esse cenário, entretanto, não é restrito aos brasileiros, muito ao contrário, trata-se de um mal global. Na tentativa de brecar o seu avanço a Fuqua, escola de negócios da Duke University, dos Estados Unidos, encampou o Projeto Diálogo.  

 

Bill Boulding, reitor da Fuqua, acredita que a chave para reduzir a polarização passa pelos negócios, até porque pesquisas recentes revelam que as empresas são uma das instituições mais confiáveis, classificadas acima do governo, mídia e ONGs. “Isso representa uma oportunidade e uma responsabilidade para promoverem o tipo de diálogo e consenso que são críticos não apenas para o sucesso empresarial, mas também para melhorar o diálogo cívico”, afirma Bill.

 

Pensada para o longo prazo, a iniciativa tem como propósito potencializar o papel dos negócios na melhoria do debate público. “Todos os dias, negócios bem-sucedidos juntam pessoas com experiências diversas e pontos de vista diferentes para trabalhar por objetivos comuns. Um dos papéis de uma escola de negócios é, portanto, apoiar iniciativas que discutam também o que as empresas podem fazer em prol do debate público”, assinala o reitor.

 

A iniciativa explora como essas habilidades podem ser expandidas de forma mais ampla na sociedade. A expectativa é oferecer ferramentas para as corporações e líderes empresariais para que estes também sejam capazes de lidar com esses problemas e, como resultado, contribuam para reduzir a polarização.

 

Organizações como Google, Bristol-Myers Squibb, Chevron, Hewlett Packard Enterprise e Southwest Airlines, além da University of Southern California, apoiam o projeto, que, inicialmente, recomenda às empresas seguirem duas recomendações básicas e universais: investir em facilitadores, contratando-os ou treinando sua própria equipe, e engajar os colaboradores ou outros públicos-alvo quando desenvolver um programa, para garantir que ele tenha relevância para as pessoas a serem atingidas e sensibilizadas.

 

 Também são sugeridos oito princípios-chave: o compromisso começa em saber ouvir e ser responsável; escutar para entender, não para ganhar; incentivar e recompensar/reconhecer o compromisso; valorizar diversos pontos de vista e abrir espaço para novas ideias; construir e ter empatia; contar com fatos em vez de emoção; certificar-se de que todos sintam-se ouvidos; e começar na raiz do problema.

 

 

 

Foto: Shutterstock/New Africa