29/03/2018 - 10h00
Diferença entre inflação médica e inflação geral sofrerá ligeira redução em 2018, aponta pesquisa da Aon
A diferença entre a inflação médica e a inflação geral tende a cair 0,1 ponto percentual em 2018. É o que diz o Relatório Global de Tendências Médicas, realizado pela consultoria de benefícios e capital humano Aon. Apesar da queda entre as taxas, o estudo também prevê que os custos médicos globais deverão aumentar.
A projeção é de que a inflação médica global seja de aproximadamente 8,4% em 2018 quase três vezes mais do que a inflação geral, que representa 3,1%. Comparado com 2017, os dois valores eram 0,2 e 0,3 pontos percentuais mais baixos, de 8,2% e 2,8%, respectivamente.
"Embora a diferença entre os indicadores tenha a tendência a diminuir, tanto a inflação médica quanto a geral continuarão a aumentar. Alguns fatores como os avanços tecnológicos, a judicialização, desperdícios na utilização dos planos, fraudes e o envelhecimento da população, são os principais motivos da escalada dos custos da saúde", explica Rafaella Matioli, diretora de Consultoria de Saúde e Benefícios da Aon Brasil.
Neste ano, os índices de inflação médica devem permanecer mais elevados na América Latina do que no resto do mundo, chegando a 13,9%. As únicas regiões com taxas médias mais altas na saúde são Oriente Médio e África, com 15,3%. Em contrapartida, América do Norte e Europa vão apresentar um pequeno aumento nas taxas de cada região, ficando com 6,9% e 5,8%, respectivamente. Já a Ásia manteve o mesmo percentual apresentado em 2017, de 8,9%.
Mesmo com essas variações, a previsão é que as regiões ultrapassem a média regional de inflação médica em cerca de quatro pontos percentuais. De acordo com o relatório, as diferenças entre a média mundial de inflação médica e as taxas médias de inflação geral se mantiveram acima de cinco pontos percentuais ao longo dos últimos cinco anos, levando a um aumento acumulado de 69%.
"O contínuo aumento das taxas de inflação médica global estão ligados a fatores como o envelhecimento global da população, as condições precárias de saúde em países emergentes, mudanças dos custos em programas sociais e o aumento da utilização nos planos de saúde", afirma Rafaella Matioli.
Para mitigar os custos, o estudo revelou que um número crescente de empresas está buscando estratégias diferentes. Um exemplo são os projetos realizados em conjunto com as operadoras de saúde, focados na prevenção. As mudanças sugeridas incluem programas direcionados à redução nas condições crônicas e mais ferramentas de educação, com foco em ajudar os usuários a melhor usufruírem de seus planos de saúde.
As estratégias adotadas para redução dos custos, variam de acordo com a região. Na Ásia e Europa, a estratégia adotada foi corte dos gastos. Já nas regiões da América Latina, África e Oriente Médio, foram trabalhadas medidas básicas para melhorar o bem estar, relacionadas a detecção de doenças, educação da população e, medidas preventivas, como as vacinas.
Observamos ainda que, com exceção do Canadá que possui os Imunomoduladores biológicos, as demais regiões têm a Internação como um dos maiores fatores como fatores de alavanco dos custos.
"As empresas precisam adotar estratégias inovadoras para mitigar e impactar os custos da saúde e o bem estar da população. Embora a tarefa seja difícil, um bom começo é educar os funcionários sobre a importância de ter hábitos saudáveis. Particularmente, são medidas que as companhias da Europa e América Latina, devem implementar, onde as doenças não transmissíveis têm um alto impacto nos custos", conclui Rafaela Matioli.
Metodologia
O relatório da Aon é realizado em 99 países, a partir de expectativas e tendências médicas globais de planos médicos patrocinados, base de dados computada pelos profissionais das áreas, clientes e operadoras da carteira de negócios.