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Diversidade & Inclusão

21/02/2024 - 17h12

Medtronic investe em desenvolvimento profissional e mudança cultural para alcançar a equidade racial

Por meio da educação, a empresa quer combater a desigualdade que atravessa os tempos

 

 

Empresa de tecnologia  e soluções médicas, a americana Medtronic recalculou a rota e está investindo em educação para tornar colaboradores afrodescendentes aptos a conquistar cargos de liderança. O insight foi extraído do projeto ADN (African Descent Network), um dos ERGs (Grupo de Recursos de Funcionários) da empresa, voltado para recrutar, envolver e desenvolver os profissionais negros.

 

A missão inicial era ampliar o número desses profissionais na companhia, no entanto, percebeu-se que, para haver inclusão sustentável, era necessário também investir e prepará-los para se tornarem líderes. A estratégia foi investir em cursos de inglês, comunicação, marketing, finanças, mentorias e negociação, com especialistas que ministram aulas on-line para capacitar e emponderar o maior número possível de colaboradores negros.

 

“Queremos realmente promover mudanças sistêmicas na sociedade que tentem retribuir aos negros a falta de oportunidades, tiradas dos seus ancestrais no passado e que automaticamente se reflete até hoje neles. É darmos oportunidades para esses profissionais e, de fato, fazer com que eles se desenvolvam para alcançar cargos de liderança”, enfatiza Luciane Cruz, líder do ADN.

 

CARTILHA EDUCATIVA

A empresa promete se concentrar no pilar de equidade racial de forma mais incisiva para conseguir resultados reais. Nesse sentido, lançou uma cartilha educativa, em versões adulta e infantil, direcionada também para os filhos dos colaboradores, abordando o que é racismo estrutural, racismo individual e racismo cultural, entre outros aspectos. O material também trata da importância do letramento racial e mostra expressões do dia a dia que têm conotação racista.

 

O conteúdo é chancelado por Pablo Soares Damasceno, especialista em educação antirracista e diretor da Escola da Vila, instituição que conta com o NAA – Núcleo de Ação Antirracista de famílias da Escola da Vila. Além da cartilha, Damasceno foi convidado pela Medtronic para ministrar constantemente palestras que imputem mudanças e reflexões.

 

De acordo com Luciane, o projeto educativo foi crucial pois ainda há questionamentos sobre o benefício de cota ser visto como algo banal e até racista. “Infelizmente, ainda falta conhecimento da dívida humanitária que temos com os afrodescendentes”, salienta.

 

O projeto PDPN formou até o momento 15 profissionais negros e mais 20 estão no processo de desenvolvimento, empoderando e capacitando-os na evolução profissional e conscientização dos profissionais de outras etnias.

 

Além do ADN, há também o MWN – Medtronic Women’s Network, voltado para ampliar o número de mulheres na liderança, o PRIDE, voltado para promover igualdade, segurança e oportunidades para o público LGBTQIA+, o ABLE, com o mesmo objetivo para os portadores de deficiência física, entre outros ERGs (Employer Resouces Groups), que traduzindo refere-se ao Grupo de Recursos de Funcionários.  Hoje, a Medtronic conta com cerca de 18% de colaboradores negros. Desses, 2 ocupam cargos de liderança na unidade do Brasil.

 

De acordo com Luciane, a empresa busca uma mudança de modelo mental para tentar que a competição no mercado de trabalho seja mais justa no futuro e haja mais negros nos cargos de liderança.

 

 

Foto: Freepik/@katemangostar