18/06/2021 - 00h00
Capacitar e incluir pessoas com autismo: sua empresa já pensou nisso?
Organização dá dicas sobre acessibilidade e inclusão profissional de autistas
Muitas pessoas não sabem, mas hoje, 18 de junho é o Dia Mundial do Orgulho Autista. Celebrada pela primeira vez em 2005, pela organização americana Aspies for Freedom, a data foi criada com o objetivo de mudar o olhar sobre o autismo, conscientizar e celebrar a neurodiversidade e as características únicas que as pessoas com autismo apresentam.
No Brasil, onde está presente desde 2015, a Specialisterne Brasil já promoveu a inclusão profissional de mais de 140 pessoas com autismo. A organização social foi fundada na Dinamarca em 2004, hoje está presente em 22 países com projetos em 50 cidades e, mundialmente, já contribuiu na inclusão de mais de 10 mil pessoas no mercado de trabalho. Aqui, entre seus clientes e parceiros estão empresas como Itaú, SAP, Johnson & Johnson, IBM, Accenture, Iguatemi, CCEE, Banco Votorantim, Vivo-Telefônica, Oxiteno, Danone, DOW, Fleury e BTG Pactual.
Considerando a amplitude do espectro autista, cada pessoa que apresenta o diagnóstico é única. Nesse momento surge a pergunta: como promover políticas públicas e acessibilidade para um grupo tão diverso? Como se dá o acesso ao mercado de trabalho?
De acordo com Marcelo Vitoriano, diretor da Specialisterne, o caminho para a acessibilidade possui uma rede complexa iniciada por um período de capacitação, que auxilia na construção do perfil profissional e no entendimento das adaptações que serão necessárias no ambiente de trabalho. Com o objetivo de promover a acessibilidade de informações e comunicação, as adaptações começam já na entrevista e continuam na rotina de trabalho. Antes da inserção, também é promovido um treinamento sobre neurodiversidade para todos os setores e pessoas envolvidas no processo de contratação, explicando sobre o diagnóstico, as características específicas do indivíduo e os apoios que serão necessários no ambiente.
Vale lembra que os autistas foram incluídos no conceito legal de pessoa com deficiência, de acordo com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU e, ratificadas pela Lei Berenice Piana, em 2012, algumas diretrizes foram definidas para garantir a igualdade de oportunidades para acesso ao mercado de trabalho.
“Acessibilidade significa incluir a pessoa com deficiência na participação plena de todas as dimensões da vida. Para isso, os governos precisam tomar medidas que busquem eliminar os obstáculos existentes, que podem estar no meio físico, serviços, na informação e comunicação, entre outros”, completa Marcelo. Segundo ele, as medidas de acessibilidade também implicam a promoção de assistência e apoio que assegurem o acesso à informação e a formação dos atores envolvidos em relação as questões com as quais o público com deficiência enfrenta.
“A partir de nossa experiência com diversas empresas, verificamos resultados extremamente positivos para as pessoas e para as empresas em que os talentos dos neurodiversos fazem a diferença nos resultados econômicos e contribuem para uma cultura organizacional mais humana, equânime e diversa”, completa.
Considerando que os últimos estudos realizados apontam para a prevalência de autismo na sociedade sendo de 1 para cada 54 pessoas, e que mais de 80% dos adultos autistas estão fora do mercado de trabalho, a jornada para a inclusão desse grupo ainda é longa.
‘Trilhamos esse caminho celebrando cada passo dado e disseminando conhecimento para que muitos outros comecem a percorrer esse trajeto conosco”, finaliza Marcelo.
Imagem de abertura: Pixabay