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22/02/2023 - 11h39 Artigos

95% das lideranças sentem insegurança na tomada de decisão

A maré dita a estratégia, mas não trava. O que trava são os medos,afirma Mariana Achutti, da Sputnik


 

 

 

Por Mariana Achutti*

 

 

Pesquisa inédita mapeou como líderes de empresas no Brasil estão lidando com os desafios atuais. E a comunicação entre times e lideranças está entre os principais gargalos: quase a totalidade (90%) acredita que ela precisa melhorar. A primeira edição do Panorama de Sentimento das Lideranças buscou trazer um olhar certeiro para as principais dores das lideranças conectadas com o cenário atual. E encontrou respostas surpreendentes.

 

Com a participação de 285 participantes, o questionário se propôs a, além de coletar dados, estimular reflexões sobre pausar um pouco a sequência de videochamadas e demandas, fazer-se algumas perguntas, pensar e sentir – tanto sobre o contexto global e o negócio como sobre si, com reflexões individuais sobre comportamentos, vontades e dores de cada pessoa que respondeu.

 

Metade dos respondentes veio de empresas de grande porte de diferentes setores. Independentemente do tamanho do negócio, é consenso: estamos em um momento complexo, com incertezas que ultrapassam fronteiras e colocam o mundo em estado de alerta. Um período que alguns teóricos estão chamando de "interpandemia", atrelado a prognósticos de recessão global, guerra em curso, polarização política em diferentes países e emergência climática.

 

Além de tudo, tem metaverso, blockchain, trabalho híbrido, saúde mental, novas demandas individuais por mais propósito – de genZ a baby boomers. E todos são desafios que geram novos desafios. Algumas mudanças seguem nebulosas, nem é possível saber o que encontraremos ali à frente.

 

Estamos em mar revolto, enfrentando uma ressaca. Entretanto, precisamos – e mais do que isso, podemos! – atravessar o momento com mais tranquilidade e confiança.

 

A maré dita a estratégia. Mas não trava. O que trava são os medos. Por isso mesmo, elaboramos o Panorama: para ouvir as lideranças e as organizações sobre o que está gerando incerteza e insegurança. E para, juntos, encontrarmos o fôlego e os caminhos, escalando as evoluções que conquistamos até aqui.

 

"Tem um efeito cascata: por causa do medo do fracasso, tenho visto líderes começarem a tropeçar em questões de inclusão, pertencimento e identidade. Em vez de serem ousados e adotarem uma mentalidade experimental, eles estão voltando às formas familiares de operar e se tornando menos empáticos com o que os outros querem", afirma Lynda Gratton, professora de Gestão na London Business School e pesquisadora em comportamento organizacional, em artigo para a MIT Sloan Management Review.

 

Ao mesmo tempo, as soluções podem ser mais simples do que pensamos. Ao olharmos para tudo isso com clareza, conseguimos enxergar trajetos mais favoráveis.

 

Trabalho híbrido: Remoto ou presencial, quem está ganhando?

Nem um, nem outro. Mas o presencial retomou sua força, talvez como nem tínhamos imaginado que ocorreria. Quase 80% dos participantes da pesquisa disseram que suas empresas estão com as equipes nos escritórios – seja totalmente presencial, seja no formato híbrido. Totalmente remoto está para pouco mais de um quinto (21,8%).

 

Lideranças com preocupações humanas

Mais da metade (53,2%) dos respondentes está tentando enxergar melhor duas questões bem humanas, de relacionamento e capacitação: como promover engajamento e desenvolvimento do time (34,4%) e se desenvolver melhor como liderança (18,9%). O diagnóstico reforça a relevância que as comunidades de aprendizagem desempenham na cultura organizacional. A construção de uma comunidade é uma tendência que acompanhamos crescer este ano. E, para 2023, já virou mandatória.

 

Comunicação entre times e lideranças

Os negócios precisam entender o que opera melhor. Mas os colaboradores também precisam ter espaço para manifestar como operam melhor. A fluência das equipes, das demandas, e dos resultados precisa de uma abertura para o diálogo, assim como um olhar sistêmico para as dores atuais. Nesse sentido, para a maior parte dos respondentes, a comunicação grita mais: 52,7% apontam que ela é o principal gargalo do trabalho híbrido.

 

Futuros promissores

O Panorama também quis ouvir sobre os horizontes dos negócios. E a maioria das respostas trouxeram um fôlego grande. "Crescimento", "expansão", "novas possibilidades" estão entre as palavras que mais apareceram. Ou seja, estamos rumando para o novo com incerteza, mas também muita coragem e boas perspectivas. E para potencializar essa travessia, o desenvolvimento de habilidades se torna estratégico.

 

Embarcar em jornadas customizadas, aprender a aprender, aprender intencionalmente, autoliderar-se, planejar em colaboração, e celebrar o trajeto. Estamos indo bem e podemos seguir ainda melhor.

 

 

 

*Mariana Achutti, fundadora e CEO da Sputnik

 

 

Foto: Babuska Fotografia 

 

 

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