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21/12/2022 - 17h05

Liderança inovadora que transforma

No cerne da discussão sobre liderança inovadora estão as soft skills, afirma Glaucimar Peticov

 

 

 

Por Glaucimar Peticov*

 

 

A chegada de um novo ano sempre desperta a reflexão e nos instiga a pensar no que está por vir como algo positivo. No caso da liderança corporativa, a questão que sempre vem à mente é: como inovar e transformar os desafios em conquistas? É preciso esclarecer que liderança inovadora não tem a ver com dominar as principais ferramentas tecnológicas ou saber em detalhe as últimas tendências. Ela está relacionada à inteligência emocional: estar aberto ao novo, questionar, observar, experimentar e, o mais importante, estar aberto para ouvir várias e diversas opiniões.

 

Liderança inovadora não é um termo novo, há mais de dez anos os autores Jeff Dyer, Hal Gregersen e Clayton M. Christensen – eleito um dos pensadores mais influentes do universo corporativo mundial pela Thinkers 50 – se debruçaram sobre o tema e concluíram que liderança inovadora é a forma de agir e pensar. O estudo resultou no livro DNA do inovador, que recomendo a leitura a todos interessados no tema; a obra descreve as principais características de uma pessoa inovadora por meio de histórias que contextualizam as habilidades disruptivas. No cerne da discussão sobre liderança inovadora estão as soft skills, sendo as principais: escuta ativa, empatia, comunicação e atuação em equipe.

 

O processo de liderança inovadora começa pela avaliação de autoconhecimento, aqui vale aplicar a conhecida análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças), buscando compreender as qualidades que o líder pode potencializar e o que precisa melhorar. A segunda etapa diz respeito à capacidade de se adaptar às mudanças da cultura organizacional, entender a dinâmica dos cenários e acompanhar a evolução dentro e fora da organização.

 

Observar o cenário macro e fazer conexões e associações com sua área é outra aptidão do líder inovador. É preciso ter em mente que o funcionamento de uma organização é como o de um corpo humano, cada pequena parte importa, quando uma área trabalha descoordenada das outras isso causa um problema no desempenho como um todo. Ter aliados e olhar o todo.

 

A etapa seguinte é o de experimentação. Aqui cabe ao líder testar novas formas de trabalho, implementar novos processos, serviços ou produtos, criar metas com objetivo de melhorar as entregas e ampliar os resultados do negócio. Experimentar é o processo de tentativa e erro, é preciso ter empatia e saber que perfeição não existe e o ótimo só será possível com um bom trabalho em equipe. 

 

O cuidado com os times é uma das tarefas fundamentais do líder inovador, cabe a ele potencializar a qualidade dos subordinados, incentivando a atualização frequente e a busca por conhecimento, sendo exemplo. Nesse processo é crucial incentivar os funcionários à tomada de decisão estratégica, permitindo que saiam da zona de conforto e não tenham medo de arriscar. A autogestão, por exemplo, pode ser uma primeira etapa desse desenvolvimento.

 

Assim como na vida todas as etapas e habilidades são complementares e devem ser desenvolvidas com planejamento e dedicação. A liderança inovadora não surge da noite para o dia, é preciso prática, aperfeiçoamento e resiliência. O primeiro passo está relacionado a vontade de mudar, abandonando velhos hábitos. Por isso, fica aqui o meu convite para você, que é líder ou planeja se tornar um, iniciar um novo ano instigado em inovar para transformar por meio da liderança íntegra, transparente, consistente, disciplinada e acima de tudo respeitosa, afinal liderança não é posição é atitude.

 

 

*Glaucimar Peticov é diretora executiva do Bradesco

 

 

Foto: Divulgação/Bradesco