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30/09/2022 - 16h57

A revolução da qualificação e requalificação profissional

Fortalecer a capacitação e a educação é o melhor investimento, diz Glaucimar Peticov, do Bradesco

 

 

 

Por Glaucimar Peticov*

 

 

Em um mercado cada vez mais atento à inovação e à transformação digital, torna-se essencial a adoção de atitudes e ações para o desenvolvimento e a requalificação de todos nós, profissionais que acreditamos que o futuro se escreve no presente garantindo a perenidade das empresas. Considerando esse cenário, dois conceitos são importantes: upskilling e reskilling.

 

Enquanto o primeiro nos direciona para ampliar competências e otimizar nossas entregas, o segundo tem um significado mais próximo de “reciclagem”, ou seja, trata-se de um processo voltado à requalificação.

 

Independentemente do termo ou da ferramenta de gestão, está claro que criar um ambiente saudável e mecanismos propícios à atualização profissional está longe de ser uma opção, e sim uma estratégia de negócio. O aprimoramento constante que se exige hoje por conta da velocidade na adoção de tecnologias inovadoras é um recado claro para que possamos despertar e lembrar que temos, muitas vezes, que desaprender para aprender, se quisermos permanecer relevantes e, consequentemente, estender e valorizar a nossa trajetória profissional.

 

Líderes precisam estar atentos: mudanças constantes e a tecnologia no ambiente de trabalho podem trazer insegurança entre os colaboradores. Fico preocupada, pois a falta de entendimento desse novo cenário pode causar fragilidade emocional.

 

Devemos, portanto, entender e transformar esse cenário enigmático em um ambiente propício à criação de oportunidades de crescimento e repleto de chances de aprimoramento profissional.

 

Fortalecer a capacitação e a educação é o melhor investimento, pois gera produtividade para a empresa, realização pessoal e profissional ao funcionário sendo exemplo e inspiração para os que o cercam, incluindo nossa família. A melhora do clima organizacional é visível quando colaboradores enxergam um horizonte de desenvolvimento de carreira. A utilização adequada de plataformas viabiliza a possibilidade de nos reinventarmos e formam um modelo poderoso de evolução, que deve ser permanente, reforçando nossos propósitos e protagonismo.

 

Embora o aprendizado técnico necessite de um tempo controlado, e por vezes rápido, quando falamos de competências comportamentais o relógio é outro, pois exige que nos revisitemos. Se autoconhecer é um ganho incrível e, por isso, o exercício constante para que velhos hábitos sejam abandonados entra em estado de urgência para correção de rotas com olhar estratégico.

 

Se o emprego está mudando muito rápido, a forma como adquirimos conhecimento e como eles são demandados pelas lideranças também mudam. As experiências pessoais contam cada vez mais e, na pausa para o café no escritório, é cada vez mais raro ouvirmos falar de trajetórias profissionais regulares ou formação estritamente acadêmica. Conhecimentos e experiências adquiridos de várias maneiras sempre fortaleceram nossas vidas e cada vez mais serão um diferencial no mercado de trabalho.

 

As empresas precisam assumir a postura de fomentar esse ambiente de revolução e, para tanto, fazer com que as lideranças assumam papel fundamental deixando o comando e controle e dando vazão à pluralidade, estimulando a participação de todos e todas, reconhecendo o valor da diversidade que explora perspectivas variadas e inspiradoras, afinal, todos somos agentes da transformação para o futuro sustentável – aliás, não é ao acaso que o S esteja como fiel da balança na sigla ESG.

 

Pessoas são as propulsoras de mudança. Como disse José Saramago: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”.

 

 

* Glaucimar Peticov é diretora executiva do Bradesco

 

 

Foto: Divulgação/Bradesco