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20/06/2022 - 10h56 Artigos

Davos 2022: ESG do começo ao fim

Questões sobre o capital humano ganharam relevância, diz Glaucimar Peticov, do Bradesco


 

 

 

Por Glaucimar Peticov*

 

Nos últimos dias, uma pergunta não sai da minha mente: será que existe algum profissional em posto de liderança que ainda se questione sobre a importância do ESG para os negócios? Que não tenha claro em seus planos e metas que crescimento econômico sem pensar nas contrapartidas, especialmente nas questões ambientais e sociais, não cabem mais?

 

Quem esteve presente no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, ou acompanhou a repercussão das discussões na mídia, tem certeza das mudanças que essas três letras estão causando. No evento, que retomou em 2022 seu formato presencial após um hiato de dois anos causado pela pandemia, o tema ESG permeou as conversas em contextos distintos. Nesse sentido, em um período desafiador como esse em que vivemos, Davos deu um “puxão de orelha” para quem ainda se recusa a olhar para seu entorno e mundo.

 

Algumas mudanças foram além do discurso: mais inclusivo em comparação a anos anteriores, o Fórum deu visibilidade à presença feminina, que cresceu bastante entre os painéis e nas sessões de networking. Ouvimos também histórias e sotaques múltiplos, e pudemos ter contato com outras culturas, religiões e vivências.

 

As questões relacionadas ao capital humano ganharam relevância no evento. Mesmo com metas e compromissos estabelecidos, nada vai mudar se não dermos atenção especial às pessoas. São elas que estão no centro das transformações que queremos ver no mundo. Dar os passos que precisamos passa por investirmos nos indivíduos e, por isso, não foi surpresa que grande parte dos painéis abordou temas como o papel fundamental da liderança, inflação, juros, efeitos da pandemia, despreparo mundial, inclusão, equidade, pobreza, bem-estar e produtividade ligada à saúde mental e emocional dos profissionais.

 

Sabemos que empresas que investem em diversidade e inclusão das equipes são mais produtivas porque garantem um ambiente organizacional plural, colaborando com ideias e soluções inovadoras. Organizações empenhadas em oferecer um ambiente de trabalho inclusivo e saudável geram resultados positivos em seus negócios.

 

Se o cenário atual pede por novos profissionais, é preciso criar condições para que as pessoas busquem capacitação permanente. Ouvimos muito sobre reskilling e upskilling e suas diferenças – o primeiro trata de requalificação profissional, enquanto o segundo tem o objetivo de ensinar novas competências. Voltamos para casa com a certeza de que, sem darmos tempo e condições para que as pessoas se preparem para as novas demandas, não sairemos do lugar. E que ninguém se engane: não é revolução, é evolução.

 

Estamos sendo chamados para uma mudança de atitude, onde a transformação passa por ouvirmos o que as comunidades pedem – e precisam –, em vez de dizermos o que elas devem fazer. Precisamos descarbonizar e fazer economia mais inclusiva, sim, mas como? Aprendendo, debatendo, testando, descobrindo o que funciona, usando dados, monitorando. E, principalmente, conectando as partes envolvidas para que empresas e governos possam tomar boas decisões, com focos e mensagens cada vez mais claros.

 

Parte dessa transição, que tem como objetivo o crescimento econômico sustentável, leva em conta fatores de governança, sociais e ambientais. Esse processo já depende do mercado financeiro e irá depender ainda mais. Se o caminho passa por alinhar e simplificar as linhas de investimento e buscar pela metrificação até em mercados de difícil mensuração, o capital é quem seguirá escolhendo em quais projetos investir e, por consequência, definindo quais serão as prioridades da sociedade.

 

Por isso, investir nas pessoas e no meio ambiente já é parte do negócio. Davos mostrou que ESG vai além da sustentabilidade das empresas. Trata-se de consciência coletiva, responsabilidade, transparência e comprometimento. Desafiador? Sim. Mas as razões para isso, pelo menos, estão muito claras: garantir a sobrevivência da humanidade e das outras espécies que habitam este planeta.

 

 

*Glaucimar Peticov é diretora executiva do Bradesco, responsável pelas áreas de Recursos Humanos e Sustentabilidade

 

Foto: Divulgação/Bradesco

 

 

 

 

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