10/05/2019 - 12h00
O desafio de criar organizações inovadoras e ágeis
* Por MundoRH
O tempo médio de vida das empresas será de 18 anos, por isso as mesmas têm que ter habilidade de reinventar-se constantemente
Me defino com um entusiasta da curiosidade, sempre me conecto com pessoas que me trazem alegria e novos conhecimentos. Por isso, estou sempre estudando, lendo e dentro de programas, cursos e eventos. Dentre um dos programas que fiz, destaco o STC da Fundação Dom Cabral (FDC), em suas diferentes aulas, uma me chamou muita atenção, e que por coincidência recentemente voltei a me debruçar sobre ela, que tratava das estratégias de criação de organizações ágeis, ministrada pelo querido e ilustre Professor Bernie Banks.
Para mim o tema acima citado é de fundamental importância no contexto atual, na medida em que o mercado brasileiro, seja em função da crise e do cenário de competitividade e complexidade, exige de nós executivos, uma maior capacidade de inovar (gerar valor para o outro) e tomar decisões ágeis e assertivas, conectando o tripé: PESSOAS, PROCESSOS e TECNOLOGIA.
O termo em inglês VUCA, muito utilizado para explicar a última década em que as corporações e seus executivos estiveram e estão inseridos, representa os desafios de um mundo que viveu e vive a Volatilidade, a Incerteza, a Complexidade e a Ambiguidade dos negócios, entretanto gostaria de abrir um espaço para posicionar uma nova e talvez mais atualizada leitura deste significado: Vision, Understand, Clarity and Agility.
Isso quer dizer, que as empresas e seus profissionais, para se darem bem no atual contexto, precisam:
1 - Ter uma melhor visão sistêmica dos seus negócios e do ecossistema que estão inseridos;
Necessitam ampliar a compreensão das suas diferentes conexões, impactos e mudanças em cursos em toda a sua cadeia;
2 - Devem investir em estratégias de clarificação dos futuros movimentos dos seus clientes, consumidores, funcionários e concorrentes;
3 - Atuar com agilidade.
4 - Segundo pesquisas, o tempo médio de vida das empresas será de 18 anos, por isso as mesmas têm que ter habilidade de reinventar-se constantemente, para não perderem mercado e desaparecem (histórias como estas não faltam).
Em virtude deste contexto acima relatado a frase do ex pugilista Mike Tyson nunca este tão atualizada:
“ Todo mundo tem um plano até tomar um soco na boca”.
Imagino que até aqui todos vocês devem estar concordando com as provocações deste artigo, alguns pensando que não tem nada de novo, mas ao mesmo tempo vocês devem estar refletindo sobre como podemos atuar diante deste cenário? O que devemos priorizar em nossas ações, sejam elas individuais e corporativas? Por onde devemos começar? De quem é a responsabilidade para minimizar o impacto destas mudanças em nossas organizações?
Vou tentar responder na sequência algumas destas perguntas para apoiá-los no desenvolvimento de caminhos e soluções organizacionais, mas adianto que a principal ação para sustentar o domínio deste tema em ambientes de mudança, está no entendimento e na gestão da cultura organizacional, que por sua vez é percebida por meio dos comportamentos e atitudes dos funcionários, mas principalmente do comportamento dos seus líderes.
Com isso, afirmo que gerir empresas no mundo VUCA é gerir comportamentos, ou seja, é gerir pessoas.
Quando analiso onde devemos começar e quais ações deveríamos priorizar, me vem uma lista na “cabeça”, e que abaixo organizo-a em alguns importantes pontos, que por sua acredito serem fundamentais / prioritários, para apoiar a gestão deste desafio de criar organizações inovadoras e ágeis.
1 - Atraia, Recruta e Desenvolva Líderes que se adaptam, que sabem aprender e que correm atrás de novos conhecimentos (segundo o professor Banks, para nos mantermos atualizados hoje, deveríamos ler por ano 60 livros. Quantos livros você lê? Como você se mantém atualizado?);
2 - Torne os líderes os maiores responsáveis por todo o(s) processo(s) de mudança(s);
3 - Gerencie de maneira mais próxima os diálogos internos da organização, deixando claro que a mudança é uma responsabilidade da liderança, e que não podemos ficar paralisados neste ambiente de transformação;
4 - Estimule os processos de reconhecimento e de criação / execução de projetos estratégicos que geram novas experiências, novos conhecimentos, com isso estimule a prática do arriscar mais, do testar mais, do estar mais perto das coisas que geram ou que poderão gerar maior valor para os clientes, consumidores, funcionários e por consequência para os negócios;
5 - Crie e fortaleça ambientes e fóruns de reflexão e análise(onde a escuta ativa passa a ser mais valorizada e respeitada), que dentre outros tema tratem da preocupação com a finitude organizacional, e que provoca sempre a análise de ações para a mitigação dos riscos inerentes a este tema;
6 - Tolere, aprenda e não puna pequenos deslizes;
7 - Estimule equipes a correrem riscos sábios e não riscos tolos. Multiplicar a cultura de tomar riscos sábios;
8 - Fortaleça a capacidade interna de aprender sempre e bem;
9 - Dê clareza de quais são os comportamentos esperados pela organização. Os comportamentos devem estimular no mínimo a busca do aprender a aprender, do compartilhar, da colaboração, do se adaptar as mudanças e do protagonismo.
10 - Por fim, não tem jeito, se não gerirmos os comportamentos e alguns dos pontos acima destacados, não gerirmos as pessoas, e se não pessoas não gerimos o mindset organizacional, com isso a estratégia dos negócios não cresce, pois não conduz a cultura atual para a cultura desejada. Por isso, tenham pessoas ao seu lado com boas IDEIAS, que INFLUENCIEM e IMPACTEM.
Queria agradecer ao Professor Bernie Banks, pois a maior parte deste artigo veio de provocações e aprendizados gerados por ele em sua fantástica e memorável aula em Kellogg.
Por Gustavo Mançanares Leme – Executivo de RH com experiências em processos de transformações culturais e turn around de negócios. Estrategista e especialista em práticas de excelência em desenvolvimento e performance organizacional.
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